Os benefícios que as barragens proporcionam são inúmeros e vão desde a produção de energia elétrica, passando pelo abastecimento de água para uso humano, animal e industrial, pela mitigação de cheias, pelo controlo da poluição, regulação do caudal dos rios, a navegação, entre outros.
As barragens são estruturas, geralmente de grande proporção, concebidas para a função de armazenamento de água, que permitem a produção de energia com a qual se abastece a rede elétrica, assumindo, assim, um importante papel na diversificação da economia, no desenvolvimento do país, assim como para a população e meio ambiente.
Em Angola, as barragens são importantes infraestruturas que muito têm contribuído para o desenvolvimento do país, permitindo reter grandes quantidades de água. Água essa que é utilizada para atender as necessidades básicas da sociedade, tal como é fonte de energia eléctrica, abastecimento de água nas moradias, instituições e na exploração de minérios.
Além do papel vital que apresentam na rega e na produção de energia, as barragens também constituem pontos importantes de interesse turístico e de lazer, permitindo a prática de desportos náuticos, pesca, ou simplesmente o usfruto da paisagem.
Angola possui, diversas barragens principais, entre novas e antigas, tal como a Barragem de Laúca; Barragem de Capanda; Barragem do Biópio; Barragem da Matala; Barragem de Caculo Cabaça; Barragem de Calueque; Barragem de Cambambe; Barragem de Chiumbe-dala; a Barragem das Mabubas e a Barragem de Lomaum.
A barragem de Laúca foi inaugurada em 2017 e levou 5 anos a ser construída. É uma das mais notáveis barragens de Angola, já que se trata da maior estrutura do género no país.
A barragem de Laúca tem a capacidade para fornecer energia eléctrica para mais de 8.000.000 (oito milhões) moradias e empresas.
A barragem de Capanda é uma central hidroeléctrica localizada entre as províncias de Malanje e Kwanza Sul, construída sobre o rio Kwanza que é o maior rio de Angola.
A barragem de Capanda teve o seu inicio de construção em Janeiro de 1987, depois de muitas dificuldades para a sua efectuvação, pois durante todo tempo houve uma serie de acontecimentos, como a guerra civil em Angola que fez com que as obras parassem diversas vezes. A sua data oficial de inauguração ocorreu assim em 2005.
A barragem do Biópio foi construída no ano de 1956. Encontra-se localizada na província de Benguela, no rio Catumbela, na verdade, a barragem encontra-se a uma distância de apenas 43 Km da cidade portuária do Lobito. Dispõe de uma altura máxima de 20 metros.
A barregem do Biópio é um ponto de visita obrigatório, dispõe de uma vista incrível, e oferece um lugar propício para mergulho. Adicionalmente, as águas límpidas, a areia branca, as pedras rochosas e as árvores ao redor do rio formam uma beleza natural deslumbrante.
A barragem de Matala é uma central hidroelétrica localizada na província da Huíla, construída sobre o rio Cunene na década de 50. Sendo assim, esta é uma das barragens de Angola mais antigas.
A barragem dispõe de uma abrangência territorial de cerca de 1035 metros e 16 metros de altura. Após a sua inauguração chamava-se barragem de Salazar (em homenagem ao antigo ditador de Portugal), posteriormente mudou-se a nomenclatura para Matala.

A barragem de Caculo Cabaça encontra-se localizado na província da Kwanza Norte. Actualmente encontra-se ainda em fase de obras, e em breve espera-se que seja a maior fonte de abastecimento de água e energia eléctrica.
A barragem de Caculo Cabaça está projectada para ser uma das 3 principais barragens estratégicas de Angola, estando nesse top com a barragem de Laúca e a barragem de Capanda. Estas 3 barragens de Angola, juntas, têm capacidade para fornecer energia acima da média a todo país.
A barragem de Calueque foi construída sobre o rio Cunene, localizado na província do Cunene, município de Ombadja. A barragem foi construída no período 1972/1974. Seguidamente, a barragem sofreu sérios danos estruturais devido à guerra civil de Angola.
Após uma reforma, a barragem de Calueque passou a fazer o fornecimento de energia eléctrica e água potável para a região em que está situada e também para parte do país vizinho, a Namíbia.
A central hidroelétrica de Cambambe está também construída sobre o rio Kwanza, situando-se entre a província de Luanda e o Kwanza Norte. Foi construída entre o período de 7 Abril de 1959 e foi finalizada em Outubro de 1963.
Antes da guerra civil no país, a barragem tinha capacidade para produzir 180 megawatts. A sua produção caiu para 80 megawatts pós-guerra civil. Num período de 10 anos, 2007 até 2017, a barragem sofreu novas obras nas suas infraestrutura, que optimizaram a capacidade de produção de água e energia eléctrica.
A barragem de Chiumbe-dala começou a ser construída no ano de 1981 e encontra-se localizada no leste de Angola, entre a província do Moxico e a Lunda Sul. Devido aos conflitos da guerra civil, as obras paralisaram e a barragem teve o seu término apenas em 2017.
Chiumbe-dala encontra-se localizada numa área de atração turística e possui área adequada para os banhistas. Se desejar hospedar-se, no lado oposto da barragem há uma unidade hoteleira para o viajante fazer o seu merecido descanso.
Angola possui ainda as barragens das Mabubas, situada na província do Bengo, e a do Lomaum, uma central hidreléctrica construída no rio Catumbela, localizada na província de Benguela.
As duas foram construídas ainda na época colonial, entre as décadas de 50 e 60 e são de extrema importância para as regiões em que se situam. Realce-se que, durante muito tempo, a barragem das Mububas foi o suporte da capital, Luanda, no fornecimento de energia eléctrica.
[15/08, 18:26] •Rossana’Almeida: Fonte de benefícios para a sociedade e comunidades vizinhas
Contudo, quanto à barragens em Angola, não é tudo. Há ainda duas que estão a ser construídas na província do Cunene, as barragens do Ndue e do Calucuve, projectadas para beneficiar de forma directa mais de cento e trinta mil pessoas e perto de duzentas mil cabeças de gado.
Ambas vão reforçar o programa de combate à seca no sul de Angola. Ndue e Calucuve vão apoiar os esforços que têm sido desenvolvidos pelo canal do Cafu, inaugurado em Abril do ano passado, na mesma província do Cunene.
As obras estão previstas para terminar no próximo ano, ou seja, em 2024, mas só passarão a receber água a partir de 2025.
A este propósito, o Presidente João Lourenço visitou recentemente as obras de construção das duas barragens, destacando o grande investimento que está a ser feito pelo Executivo para combater a seca no Sul de Angola.
João Lourenço descreveu os benefícios que podem ser proporcionados com a exploração destas importantes infraestruturas, que vão reduzir a escassez de água na região, garantir a segurança alimentar, promover o fortalecimento da agricultura, bem como impulsionar as actividades turísticas e fomentar a restauração de equipamentos públicos.
É interessante saber a importância das barragens que formam reservatórios de água para a sociedade e para as comunidades situadas ao seu redor, gerando energia eléctrica e aumenta a disponibilidade hídrica local, fazendo o amortecimento de cheias, evitando inundações, além de poderem contribuir para o lazer e a navegação.
Como a água é imprescindível para que a sociedade exerça as suas actividades, é importante contar com barragens que possam proporcionar os recursos necessários mesmo quando há poucas chuvas no local.
As barragens são estruturas que influenciam tanto a área em que estão, quanto as proximidades rurais e urbanas. Isso significa que elas afectam o ecossistema em que estão, bem como a bacia hidrográfica local.
Elas são consideradas barreiras artificiais para que grandes quantidades de água sejam retidas, formando reservatórios. É possível datar a sua utilização desde o início da civilização, sendo fundamental para que as sociedades humanas se desenvolvessem.
[15/08, 18:26] •Rossana’Almeida: As barragens ao longo dos tempos
A primeira barragem de porte que se conhece é a de Sadd-EL-Kafara, construída há 4.800 anos no Egipto, com 12 metros de altura. Já no Ceilão, existia uma barragem com 18 quilômetros de extensão e 21 metros de altura, datada no ano de 504. Na Espanha, ainda está em funcionamento uma barragem construída no ano 25 a.C (antes de Cristo).
No início, as barragens tinham como objectivo combater a falta de água nos períodos mais secos. Depois, com a Revolução Industrial, a necessidade delas aumentou, em razão do crescimento da demanda de água e de energia.
Com isso, as técnicas para projectar e construir as barragens foram aprimoradas. Foi assim que apareceram as primeiras barragens modernas, como é o caso das barragens de concreto.
Essas construções são estruturas físicas que conseguem represar determinado curso d’água. Podem ser utilizadas para o acúmulo hídrico, para a geração de energia (hidroelétrica) e para depositar dejetos e resíduos.
Para cada utilização, há fiscalização específica. Quem define as regras operacionais para que as barragens de acumulação de água para abastecimento e controle de cheias sejam operadas são instituições do Estado vocacionadas para tal.
As barragens estão ligadas ao uso de água e energia, e até mesmo à agricultura. São importantes para o controle de cheias durante os períodos chuvosos em várias regiões do país.
Nesses locais, os reservatórios normalmente ficam vazios ou com baixos níveis de água. Com isso, as ondas da cheia são amortecidas pelo volume de espera. As barragens normalmente retornam o investimento efectuado na primeira grande cheia que é controlada.
Se as barragens são tão importantes no período de chuva, o mesmo também pode ser dito sobre o período de estiagem. Há diversas regiões em que as estiagens são prolongadas e extensas, casos das regiões do Sul de Angola, especialmente o Cunene, então elas são necessárias para que os recursos hídricos sejam disponibilizados mesmo nesses momentos, guardando a água no reservatório formado pela barragem.
Em diversos lugares do mundo, é muito comum que o acesso à água seja prejudicado devido às secas dos rios. Por isso, é importante o desenvolvimento de alternativas e também o consumo consciente de água.
É a partir das barragens que as hidroelétricas conseguem regular a vazão para ter o desnível necessário e garantir a produção de energia. Nesse caso, um lago é criado, e a profundidade dele é aumentada. A velocidade de escoamento da água tem reduções que crescem quando o reservatório é maior.
Além disso, o regime de vazões deve ser mantido para que os ecossistemas possam ser preservados, permitindo a geração de energia e garantindo a quantidade de água necessária nos mananciais e nos rios. (J24 Horas)
