Início Política PDP-ANA tem novo líder: Roubalheira, aldrabices e postura indigna ditam derrota de Simão Makazu

PDP-ANA tem novo líder: Roubalheira, aldrabices e postura indigna ditam derrota de Simão Makazu

por Redação

Terminou o segundo Congresso do Partido Democrático Para o Progresso de Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA), tendo o presidente cessante, Simão Makazu, saído derrotado de forma copiosa pelo seu opositor, Abreu Capitão, que promete acabar com as intrigas e a bajulação que minou o partido e originou a fuga de quadros. Em função dos roubos protagonizados pelo presidente cessante, que ditou a sua derrota de forma vergonhosa, Makazu, sem dignidade, anunciou que vai impugnar o acto

Domingos Kinguari

No último domingo (12), Samuel Sequeira Felino, presidente do Congresso, anunciou os resultados eleitorais, dizendo que «o candidato n.º 7, Mampinga Mbala, obteve 24 votos, perfazendo um percentual de 11,70 por cento; candidato n.º6, Santos Liapumba, obteve 17 votos, o que perfaz um percentual de 8,29 por cento; candidato n.º5, Costa Yoani, desistiu de concorrer ao cargo, por isso aparece no boletim de voto com zero votos; candidato n.º 4, Abdoulay Hamilton Cláudio, obteve 2 votos, o que perfaz um percentual de 0,97 por cento; candidato n.º 3, Zissala Mamona Pululu, obteve 13 votos, o que perfaz um percentual de 6,4 por cento; candidato n.º2, obteve 11 votos, o que perfaz um percentual de 5,36 por cento; o grande vencedor foi o candidato n.º 1, Abreu Capitão Bernardo, obteve 138 votos, o que perfaz um percentual de 67,31 por cento», resultado que motivou muitos gritos e aplausos para o vencedor.

«Eu vim para unir e não para separar»

O presidente eleito, Abreu Capitão Bernardo, disse que «fomos eleitos hoje e já temos um plano que nunca foi executado. Vamos fazer vincar a imagem do PDP-ANA, para que seja vista a nível de todo o território nacional, isto quer dizer que a nossa implementação a nível dos municípios, das comunas, nos distritos e nos bairros, vai contar com a nossa presença. Temos sido questionados por muitos angolanos se o PDP-ANA efectivamente existe, mas lhes garanto que estamos presentes, embora de forma ofuscada, agora vai ser igual, da forma que o presidente fundador fazia, vamos ter um PDP-ANA presente e na boca do povo», garantiu.

Quanto às linhas mestras do seu mandato de cinco anos, refere que «primeiro fazer crer que o PDP-ANA existe; segundo, trabalhar com a juventude e os trabalhos vão começar agora, é uma promessa e será um facto. Pretendemos congregar mais membros no sentido de que estes façam o trabalho para transmitir a nacional e estes estarem interligados, sem este intercâmbio não teremos resultados palpáveis», afirmou.

Questionado como é que vai conseguir terminar com as dissidências que o PDP-ANA vive há muitos anos, alegou que «a minha eleição ilustra sobre como foi a vitória, os números demonstram isso, mas eu farei todo possível para que os colegas desavindos, sobretudo aqueles que se identificaram outrora como militantes de primeira linha do PDP-ANA, a regressem à casa, porque eu vim para unir e não para separar, aliás essa vitória é da família, somos uma equipa e com equipa é que se ganha e de forma justa. Sozinho não conseguimos alcançar os nossos objectivos», elucidou.

Sobre a contestação dos resultados pelo presidente cessante, respondeu que «todos os derrotados tem essa mania. Nós trabalhamos em conjunto, o presidente cessante retardou o desenvolvimento do partido, se vai impugnar, nós estamos em condições de nos defendermos nos órgãos onde ele vai recorrer. As eleições decorreram num clima de bastante tranquilidade e de forma credível. Simão Makazu começou a tentar a manipular o conclave antes do seu início e como foi descoberto está tonto e a falar em impugnação. No primeiro dia do Congresso realizou-se um tumulto e graças à presença da Polícia Nacional não aconteceu o pior. Esse tumulto teve as mãos do líder cessante que pensou que iria introduzir pessoas estranhas à organização para continuar a frente do seu destino. Os militantes já não o querem, estão cansados dele, não estamos preocupados com a impugnação, estamos preocupados com o PDP-ANA e com os seus militantes, para que nos próximos dias sejamos um movimento forte e cada vez mais credível», realçou.

Abreu Capitão pediu aos seus colegas do partido que devem deixar as intrigas e a bajulação, referindo que «neste mandato que vocês me confiaram não vou aceitar a intriga e a bajulação. Se trabalhamos com a intriga e a bajulação não vamos conseguir unir o PDP-ANA, por isso apelo que deixem esta má prática nociva e que cria confusão, o passado é passado, devemos olhar para a frente», enfatizou.

Derrota de Makazu faz-lhe ver fantasmas de fraude

O presidente cessante, Simão Makazu, após o anúncio dos resultados não digeriu bem a derrota e disse para a comunicação social que «aceitar o resultado como tal, custa a aceitar, porque o fórum que foi declarado pelo Comité Central não se realizou. Este comité havia determinado duzentos e cinquenta delegados ao congresso e participaram simplesmente duzentos e três congressistas, outros quarenta e sete foram impedidos de participar e muitos deles eram meus apoiantes. Quanto aos resultados que foram anunciados desta forma, na verdade lamento, mas vou reflectir no sentido de talvez impugnar os resultados ou então olhar para ver como é que o partido vai andar», gaguejou.

Reiterou entretanto que «o certo é que os meus apoiantes foram proibidos de participar no conclave, neste sentido não puderam votar e o resultado não é tão aceitável conforme se coloca», lamenta.

Em seu entender, «havendo impedimento de certos membros do partido, portanto há uma irregularidade, o fórum neste sentido deveria ser aquele determinado pelo comité central, portanto uma outra área é falsa. O resultado não é correcto, acredito que houve fraude e neste sentido vou reflectir se posso ou não impugnar. Para mim houve sim fraude», afirmou.

Simão Makazu e o seu comparsa Pires, que foi seu mandatário, acompanharam todo o acto e não protestaram à mesa, mas assegura que «reclamamos durante todo o congresso e não fomos atendidos pelas comissões do congresso. Como não fomos atendidos, aconteceram estes atropelos», disse.

Em relação à mensagem que deixa ao novo presidente eleito, de forma lacônica, soltou, «ah…, só espero que ele corresponda com as expectativas. Mas pelo que sabemos vai ser uma situação muito difícil. Deixo um partido saudável, que realizou um congresso de muita pompa. Trabalhei tanto, encontrei um partido em escombros, mas estou a deixar uma organização enraizada em todo o país. Agora terá que dar uma nova dinâmica e consolidar o partido», proferiu.    

Poderá também achar interessante