Decorreu no sábado e domingo, respectivamente 11 e 12 do corrente mês, o segundo Congresso do Partido Democrático Para o Progresso de Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA), em que seis candidatos concorreram para destronar Simão Makazu, que horas antes do conclave ainda tentou desfalcar o partido, com ajuda do financeiro da CASA-CE, em quatro milhões de Kwanza. O crime só não se efectivou, porque Simão Makazu e o seu ‘capanga’ Pires, foram descobertos porque o documento estava falsificado
Domingos Kinguari
O Jornal 24 Horas online soube do assuntopor uma fonte ligada à direcção da CASA-CE, que foi confirmado por alguns delegados ao Congresso, dizendo que «é a mais pura verdade, ao longo dos quinze anos que Simão Makazu esteve à frente do PDP-ANA só trouxe desgraça e roubo, reduziu o número de militantes e o PDP-ANA ficou nas mãos de dois ladrões, que são Simão Makuzu e o Pires, que não respeitam o estatuto da organização e fazem dela como se fosse uma feira de ladrões», explicaram.
A fonte acusa Pires e o presidente cessante de terem vendido «de forma abusada, a sede nacional do partido. O partido agora encontra-se na rua, sem eira nem beira. Simão Makazu nunca visitou as delegações provinciais e nunca enviou qualquer verba, nem um papel para as representações se manterem e, se continuam de pé, é tudo com o esforço individual de cada um. Embora ele fale que visitou as dezoitos províncias, isso não corresponde à verdade, talvez ia fazer turismo, porque actividades partidárias nunca fez. São poucos os delegados que o conhecem, aliás, desestruturou os órgãos sociais do partido que nunca funcionaram ao longo do seu mandato», sublinhou.
«A partir de segunda-feira (13), o PDP-ANA deixará de funcionar no distrito urbano do Golfe, onde tem alugada a sua sede social. O Pires e o Simão Makazu são as únicas pessoas que têm acesso às finanças e o património do partido caso ainda existe, porque eles venderam tudo, só falta venderem as roupas dos membros do partido. Fazem do partido como sua propriedades, não pagam ao senhorio há um ano e seis meses, sem qualquer justificação, quando trimestralmente recebem dinheiro por parte da coligação, mas desconhece-se o paradeiro do mesmo», deplora, acrescentando que «em função dos ‘kilapis’ (dividas) criadas pelo Makazu, o proprietário já nos comunicou que devemos abandonar a sua propriedade por falta de pagamentos».
Por outro lado, os delegados ao congresso não pretendiam ver mais Simão Makazu à frente da organização, e muitos passaram fome no primeiro dia de chegada a Luanda, porque o Pires não disponibilizou um local para poderem efectuar as refeições.
De salientar que dos cinco candidatos que concorreram à presidência do PDP-ANA, nenhum deles prestou qualquer solidariedade aos congressistas, apenas dois, a destacar Abreu Bernardo Capitão e Costa Yoani.
PDP-ANA continuará na sede alugada até 2023
Em conversa telefónica na última sexta-feira (10), Simão Makazu garantiu que «isto é totalmente falso, porque vamos permanecer naquela casa até meados de 2023. Não existe nenhum prazo para o fim do contrato de arrendamento. Temos o contrato e pagamos até um determinado período. O prazo vai até 2023. É que nós fizemos obras de benfeitorias com valores volumosos e essa reabilitação entra na renda que corresponde neste prazo. A partir do momento que deixamos de pagar, estamos a beneficiar dos valores das benfeitorias», explicou.
Questionado se tem algum comprovativo, afirmou de forma categórica que «temos comprovativos desta situação, não lhe posso fornecer o contrato amanhã, portanto sábado (11), quando começar o congresso, porque a documentação está no meu gabinete e não vou chegar à sede. Assim não lhe posso mostrar o comprovativo, talvez na segunda-feira (13) lhe posso fazer chegar», replicou.