Início Economia Endiama devia ser uma empresa autosificiente e não uma pedinte atolada em dívidas de cariz duvidoso

Endiama devia ser uma empresa autosificiente e não uma pedinte atolada em dívidas de cariz duvidoso

por Redação

A exploração de diamantes no país nunca faliu e nunca esteve em baixa, pelo que a Endiama deveria ser autosuficiente e não uma empresa pedinte, envolvida em dívidas e que até não honra compromissos com os trabalhadores nacionais

O sector dos diamantes é o que mais rouba, engana os angolanos e desgraça o país, ao longo dos tempos, desde que o país ascendeu à independência. Os diamantes angolanos enriquecem muita gente, cria valias e robustez económica em vários países, mas Angola, principalmente as regiões onde se explora a riqueza, nada beneficiam. Se alguma coisa fica nos cofres do Estado, é uma “gota de água no oceano” das enormes quantidades que são exploradas.

Tanto é assim, que a própria Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), que devia representar condgnamente o Estado, tem sido conotada ao longo dos tempos e dos seus diversos mandatos, como uma “máquina mafiosa” ao serviço de esquemas e interesses obscuros que delapidam o erário público.

A Endiama, nos últimos tempos, tem sido constantemente apontada de envolvimentos tristes e que sujam a imagem do país e envergonham o Estado. Na realidade, a exploração de diamantes no país nunca faliu e nunca esteve em baixa, pelo que a Endiama deveria ser autosuficiente e não uma empresa pedinte, envolvida em dívidas e que até não honra compromissos com os trabalhadores nacionais como é o caso que a opõe a antigos trabalhadores que continuam a reclamar o pagamento de dívidas milionárias e denunciam que muitos colegas seus morreram na pobreza e as famílias estão a padecer, enquanto a empresa indemnizou estrangeiros, avacalhando os nacionais. 

Segundo notícias que circulam, descrevem que o presidente do Conselho de Administração (PCA), Ganga Júnior, anunciou que a diamantífera estatal tem uma dívida para com os bancos BFA, BAI e BPC, resultante de “projectos falidos”, cujo valor global ronda actualmente os 50 milhões de dólares norte-americanos.

O total da dívida da Endiama contraída com os referidos bancos rondava os 150 milhões de dólares, mas, fruto de uma renegociação que permitiu obter algum perdão da dívida, este valor foi amortizado, estando agora avaliado em 50 milhões de dólares norte-americanos.

O responsável, que falava em Luanda, em conferência de imprensa de apresentação das realizações de 2021 e projecções para o corrente ano, revelou que a sua administração encontrou “dívidas relevantes que nem sequer eram dívidas resultantes de créditos directos obtidos pela empresa”.

Trata-se de dívidas que a Endiama na altura prestou o seu aval, servindo de garantias. Estes projectos faziam parte de empresas que faliram por distintos motivos, o que levou ao abandono das operações. Esta dívida, segundo o responsável da Endiama, passou “a constituir uma limitação em termos de abertura no mercado financeiro”.

Ganga Júnior esclareceu que a não-regularização da dívida impôs vários entraves à empresa, sobretudo na busca de financiamento junto da banca para desenvolver projectos.

“Definimos um plano de amortização desta dívida e hoje está já regularizada integralmente relativamente ao BFA e ao BAI. Quanto ao BPC, eles transferiram os seus direitos de crédito para a cobrança da `Recredit´, que está em curso neste momento”, assinalou.

De acordo com o líder da diamantífera nacional, a renegociação e definição de formas de amortização da dívida permitiu a obtenção de algum perdão da dívida, quer de capital, como de juros.

Para Ganga Júnior, no quadro do saneamento feito, a dívida regularizada foi bastante importante, porque se pretendeu colocar a empresa em bolsa. Parte do capital social da Endiama (40%) será privatizado ainda este ano, por via da Bolsa de Dívidas e Valores de Angola (BODIVA), no âmbito do Programa de Privatizações (ProPriv).

Com a amortização da referida dívida, adianta o PCA, a Endiama “tem hoje as portas abertas” e “está neste momento a negociar com o BAI para um financiamento de 100 milhões de dólares para os seus projectos em lançamento, como é o caso da mina do Luaxe, na Lunda-Norte”.

Até ao momento, a Endiama já conseguiu obter um financiamento de 20 milhões de dólares junto do Banco Caixa Geral de Angola (BCGA), resultante da dívida expurgada.

Para analistas do sector, as justificações de Ganga Júnior não convencem e só servem para lançar maiores suspeições sobre a obscura realidade de como tem sido gerida a Endiama ao longo dos tempos e, consecuentemente, o sistema de exploração de diamantes no país.

                                                                                                                                              (Com agências)

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