Início Sociedade Quadra festiva bastante “escura e triste” para a maioria das famílias angolanas pelo elevadíssimo preço dos produtos

Quadra festiva bastante “escura e triste” para a maioria das famílias angolanas pelo elevadíssimo preço dos produtos

por Redação

A Quadra Festiva do corrente ano não terá o brilho nem a alegria que caracterizam esta época do ano para a maioria das famílias angolanas, não só pela crise que afecta o país, mas sobretudo pelo elevado preço dos produtos de primeira necessidade, entre outros serviços

Márcia Elizabeth

A subida constante dos preços de bens e serviços de primeira necessidade, estão a deixar os cidadãos preocupados e totalmente frustrados. A maioria das famílias angolanas vão ter um Natal (Dia da Família) bastante amargo, triste e escuro.

A este propósito, os Sindicatos dizem que os trabalhadores vão passar o “pior final de ano das suas vidas”.

Para diversos cidadãos ouvidos pela nossa reportagem, “a situação está tão difícil, o kwanza perdeu todo o seu poder de compra, que não facilita a vida de ninguém”. Outros afirmam que “nem no tempo da guerra, com todas as dificuldades que se vivia, a situação estava tão difícil assim; o que se está a viver agora é uma tragédia”.

Enquanto o Executivo vai passando uma propaganda sobre estratégias para baixar os preços, principalmente nesta data, os cidadãos não acreditam e dizem que, tanto no mercado formal como no informal, o preço dos produtos sobe todos os dias. “O Governo que nos diga em que loja, em que mercado, os preços baixaram e quanto está a custar um quilo de arroz, de feijão, de açucar, um frango e outras coisas! Falar não é fazer e tudo quanto os governantes dizem são mentiras cabeludas de que já nos cansamos”, estourou agastada uma cidadã à porta de um mercado.

Nas ruas de Luanda, os mercados formais e informais são preenchidos pelos cidadãos que andam em busca de bens e serviços para a quadra festiva, mas não conseguem satisfazer as necessidades dos seus lares, diante dos altos preços que estão a ser praticados em todo o lado, em alguns locais mais que em outros, com os comerciantes a aproveitarem a circunstância para especular cada vez mais, sem que os organismos de defesa do consumidor ou a inspecção comercial ponham ordem na bagunça, considerando que, por iniciativa do Governo, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) baixou de 14% para 7%.

A redução de 7% do IVA incide sobre produtos e bens como a carne fresca e congelada, peixe congelado e seco, coxa de frango, leite condensado e em pó, margarina, ovos, feijão, batata-doce, entre outros. “Porém, em vez de baixar, os preços alteraram mais e só para dar um exemplo, um ovo, de produção nacional, está a custar 150 Kz”, reclamou um chefe de família identificado por Arnaldo.

Enquanto isso, o Ministério da Indústria e Comércio anunciou que pôs em marcha, a partir de terça-feira (21), em todo o país, o plano operacional de funcionamento da Reserva Estratégica Alimentar, numa operação em que deverá introduzir, de forma imediata 352 mil toneladas de açúcar em sacos de 50 quilogramas (kg), arroz (25 kg) e coxas de frango (caixas de 10 kg).

Com esta medida, prevê-se um impacto na redução dos preços, em até 5,0 por cento, para o consumidor final.

Contudo, o cidadão, porque não está a ver nada a reduzir, espera ver para crer, porque o se espera é uma quadra festiva bastante “escura” e triste para a maioria das famílias angolanas!

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