Os responsáveis da construtora Genea Angola estão a ser acusados de se apropriarem de um espaço de terra no distrito do Patriota, reivindicado por Vitória Vicente, que alega ser a proprietária do referido terreno
Victor Kavinda
No desenrolar do episódio denota-se que estão envolvidas pessoas ligadas ao Tribunal, a administração municipal de Talatona e o chefe da Fiscalização de Talatona, Divaldo Santos, que fazem um “braço – de – ferro” contra a vítima, a favor do usurpador, ou seja,a Genea Angola.
A senhora Vitória Vicente falando ao jornal 24 Horas realça que pretendia vender a sua parcela de terra cita no distrito urbano dos Ramiros em Talatona, devido ao estado de saúde do seu marido. O casal tencionou negociar com o senhor Paul Mauz, proprietário da empresa Genea Angola, indonésio de nacionalidade, mas por falta de alguns documentos o negócio não chegou a concretizar-se.
Durante algum tempo o casal ausentou-se do país para resolver a situação de saúde, mas por ironia do destino, o marido da senhora Vitória Vicente acabou por perder a vida. O senhor Paul Mauz aproveitando-se da situação que a senhora Vitória Vicente estava a passar pelo passamento físico do seu marido, vedou o espaço em nome da sua empresa Genea Angola, tratando alguns documentos falsos para apropriar-se do referido terreno que pertence à família Vicente.
Agastada com a situação, Vitória Vicente procurou reunir a papelada afim de reaver o seu terreno, mas a justiça angolana está contra ela e favorece o empresário Paul Mauz. “A corrupção fala mais alto”.
De acordo com o advogado de defesa de Vitória Vicente, o senhor Carlos Faztudo, no dia 15 de Setembro de 2020 foi interposta a queixa contra a requerida Genea Angola junto do tribunal. “ Estamos a falar do mesmo dia e a mesma hora que se deu entrada de dois pedidos sobre a mesma coisa em simultâneo, é impossível existir dois pedidos sobre o mesmo terreno então quem é o detentor?”, questionou.
“O que entendemos é que um tem que ter a coisa para que reclama; se existe uma providência cautelar de restituição de posse, é claro que o outro vai reclamar uma providência cautelar de manutenção de posse; logo, mostra que existe um terreno sobre dois pedidos em que um tem a posse e o outro não”, disse.
O advogado Carlos Faztudo, diz não entender o tribunal, a PGR e a administração pública, ao favorecerem o prevaricador, a Genea Angola, tendo o tribunal emitido uma sentença de providência cautelar, por se tratar de dois terreno diferentes”.
Apesar de haver de facto erros graves na documentação apresentada pela empresa Genea Angola, cujas coordenadas geográficas não são as do terreno reivindicado e sim de um outro espaço que, como já foi descrito, situa-se na Vila Tamaga, enquanto o terreno em questão está no Patriota.
Vitória Vicente foi constituida arguida através de um processo – crime por falsificação de documentos, fez saber o advogado, salientando que “é muito curioso porque até os pontos cardeais conincidem no mesmo sítio com o outro que dizem que não é falsificado. Então, no mínimo, ou os dois são falsos ou nenhum deles é falso, cada um faz referência a um determinado terreno”.