Diz-se que “filho de peixe é peixinho”; mas no caso do antigo ministro das Finanças e governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José Pedro de Morais, o seu filho é um “peixão”, senão mesmo um “tubarão”
Ndalu de Morais, filho do antigo ministro das Finanças e ex-governador do BNA, enriqueceu, como que com um “toque de mágica”. Formado em economia no Reino Unido, a sua riqueza “supersónica” é motivo de desconfiança, causando estupefacção no panorama empresarial pela ostentação de que faz alarde em tempo de crise económica.
Ndalu De Morais, casado, um dos filhos de José Pedro De Morais, tornou-se um rosto conhecido do empresariado angolano nos últimos 12 anos, mas, envolvido por uma “aura misteriosa” pelo ADN do seu progenitor, que lhe terá mostrado a“ varinha mágica” para o boom económico e financeiro em pouco tempo.
O caso Odebrecht, entre 2008 e 2009, sobre o desvio de quatro milhões de euros para uma conta na Banca Privada d’Andorra (BPA) em nome da Emirais Lda, denunciado pelo “El País”, é um dos vários esquemas associados ao empresário.
De acordo com informações postas a circular, Ndalu de Morais conta nas suas “engenharias” com o seu progenitor, José Pedro de Morais e irmãos, que são sócios em todos os negócios do grupo empresarial que comanda como CEO da Emirais Lda e da empresa “Império Capital – Sociedade de Investimentos”.
Na mesma esteira, Edson Ndalu de Morais é famoso pelo exibicionismo e por ser ligado a luxos e a desportos, ostentando nas redes sociais os luxos que possui, por exemplo, carros de alta cilindragem, barcos, roupas e relógios.
Em entrevista à “Villas&Golfe”, em Novembro de 2016, Ndalu de Morais confessou que é viciado em desportos, principalmente, o Voleibol, por ser uma modalidade que chegou a praticar em vários campeonatos regionais no Estado de Maryland, nos Estados Unidos da América.
Navegar em barco também é uma das paixões do jovem milionário, pois, para ele, dá-lhe sensação de tranquilidade, liberdade, trabalho, limpeza, ao navegar. “O que mais me alegra é que a minha família, mulher e filhos, me acompanham nesta paixão”.
Quanto aos negócios, por meio da Emirais Lda e do grupo Império Capital – Sociedade de Investimentos, o gestor consegue “dedilhar” em supostas “lavagens de dinheiro”, investindo em várias áreas de negócios que vão desde agricultura, construção, banca, moda e outros.
Com a Emirais Lda, Ndalu de Morais criou a “Fazenda 16”, com a finalidade de dar uma forte resposta às exigências e necessidades crescentes de várias províncias e de uma região (Kwanza Sul), em claro crescimento. “A quinta produz mais de cinco milhões de ovos, por ano, e 30 mil frangos, por mês, para consumo, estamos a conseguir reduzir em larga escala as importações”.
No mundo lifestyle, através da organização do Angola Fashion Week, de que é CEO, o empresário também tem suas impressões digitais na moda, realizando concursos de beleza e de passarela.
O “peixão – pai”
Recorde-se que, no âmbito do combate à corrupção em curso no país, a sociedade angolana e não só, ficou espantada com o caso de José Pedro de Morais, antigo ministro das Finanças e também ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA).
Há algum tempo, o antigo ministro das Finanças, José Pedro de Morais Júnior, foi descrito como o que “melhor colaborou com as autoridades angolanas devolvendo aos cofres do Estado a quantia de 60 milhões de dólares americanos”.
Com o inicio das interpelações a antigos membros do regime, em 2018, este antigo ministro e ex-governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior, terá sido confrontado pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos (SNRA), liderado pela procuradora Eduarda Rodrigues, que o terá instado a devolver 50 milhões de dólares surripiados aos cofres do Estado.
Ao que se descreveu, Pedro de Morais, não só entregou o que lhe foi solicitado como também decidiu, por vontade própria, “dar” um extra de 10 milhões de dólares, tendo totalizado o montante de 60 milhões de dólares.
A ser verdade, porque a sociedade está baralhada e não entende onde começa e termina a verdade neste dito combate à corrupção, a opinião pública entende que o gesto de José Pedro de Morais foi, antes de mais, um “certificado” de incompetência ao SNRA, porque, ao exigir a devolução de apenas 50 milhões e ao ser devolvido um valor superior, acrescido de 10 milhões de dólares, José Pedro de Morais demonstrou que roubou muito mais e tal quantia não lhe fazia qualquer diferença. Por outro lado é uma clara admissão de culpa, pois, pareceu querer dizer: “roubei sim e muito mais que isso”! (JK com agências)