Início Política Embaixadora da UE depois do lançamento do PASCAL manifesta interesse da União Europeia acompanhar eleições em Angola

Embaixadora da UE depois do lançamento do PASCAL manifesta interesse da União Europeia acompanhar eleições em Angola

por Redação

O bloco europeu está pronto para acompanhar as eleições em Angola, “mas ainda não sabe” se observadores da UE estarão em Angola. A embaixadora pretende que as eleições sejam um reforço da democracia

A União Europeia (UE) anunciou quarta-feira (02) que “está pronta” para acompanhar as eleições gerais em Angola, previstas para Agosto, e “mantém diálogo” com o Governo angolano e com todos parceiros importantes no processo, mas Luanda “ainda não manifestou interesse”.

A embaixadora da UE em Angola, Jeannette Seppen, augurou que as próximas eleições gerais em Angola, previstas para a segunda quinzena de Agosto próximo, sirvam para reforçar a democracia no país. “Como para todas as eleições, esperamos que seja um momento em que os cidadãos angolanos possam exprimir a sua voz, a sua preferência eleitoral e que vai, mais uma vez, ser uma etapa para Angola avançar na sua democracia“, afirmou na quarta-feira a diplomata europeia, em Luanda, quando questionada pela Lusa.

Jeannete Seppen afirma que o bloco europeu está pronto para acompanhar as eleições em Angola, “mas ainda não sabe” se observadores da UE estarão em Angola, já que “decorrem neste momento conversas com o Governo angolano e com todos os importantes parceiros nesta questão”. “Para ver como é que vamos avançar neste sentido”, continuou a embaixadora da UE em Angola, no final da cerimónia de lançamento oficial do Projecto de Apoio à Sociedade Civil e à Administração Local em Angola (PASCAL).

Angola realiza na segunda quinzena de Agosto deste ano, como estabelece a Constituição revista do país, as quintas eleições gerais na história do país, desde 1992. Os últimos dois pleitos eleitorais, nomeadamente de 2012 e de 2017, não contaram com observadores da União Europeia.

“A União Europeia está ao dispor de Angola e se o Governo angolano desejar esse acompanhamento estamos ao dispor”, realçou a diplomata. “Ainda não saiu (a manifestação de interesse) e o convite (de Angola), ainda é um pouco cedo para isso”, respondeu à Lusa.

Seppen disse igualmente que o bloco europeu segue com muito interesse o período pré-eleitoral em Angola, mas “não faz julgamentos” sobre a actual “tensão” sócio-política porque “é um processo interno angolano”.

“Nós, na nossa parceria observamos o que se passa, não fazemos julgamentos sobre este momento, porque é um processo interno angolano e esperamos que as preparações do ano eleitoral corram bem”, realçou. “E que os passos que estão a ser feitos continuem e que, no dia das eleições, todos os cidadãos angolanos tenham a possibilidade de exprimir o seu voto”, concluiu a embaixadora da União Europeia em Angola.

UE financia projecto de 5,8 milhões de euros

O governo angolano e a União Europeia (UE) em Angola lançaram quarta-feira o Projecto de Apoio à Sociedade Civil e à Administração Local (PASCAL) no país, orçado em 5,8 milhões de euros disponibilizados pelo bloco europeu.

Contribuir para o crescimento económico e o desenvolvimento social de Angola por meio de uma participação inclusiva, heterogénea e efectiva da sociedade civil no processo de governação constituem alguns dos propósitos do projecto.

O PASCAL, com período de implementação de 48 meses, estará circunscrito, numa primeira fase, em 25 municípios das províncias angolanas de Benguela, Huambo, Huíla, Luanda e Malanje.

Melhorar o quadro legislativo, regulamentar e institucional em matéria de governação participativa, reforçar e aumentar a participação da sociedade civil em plataformas de governação participativa nos municípios, são objectivos específicos do projecto.

O projecto financiado pela UE será implementado pela espanhola Fundação Internacional e Ibero-Americana de Administração e Políticas Públicas e pela Agência Central de Gestão de Projectos da Lituânia.

Segundo a embaixadora da UE em Angola, Jeannette Seppen, o projecto “está alinhado” com os objectivos do Plano Nacional de Desenvolvimento de Angola (2018-2022) e com o Plano Estratégico para a Administração Territorial.

“Segue as melhores práticas de monitoria com indicadores internacionais para selecionar e compilar dados sobre a prosperidade dos municípios e para monitorar o progresso em direção aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse a diplomata europeia, quando discursava na cerimónia.

A lógica do projecto, observou Seppen, “vê o aumento da participação civil e de uma sociedade mais capaz e capacitada para aumentar a colaboração na governança local, e com um caminho eficaz para alcançar estruturas estáveis de coexistência e fortalecimento dos mecanismos democráticos”.

Por seu lado, o secretário de Estado para as Autarquias Locais de Angola, Márcio Daniel, disse, na ocasião, que o PASCAL é uma iniciativa elaborada e estruturada conjuntamente entre o executivo angolano e a delegação da UE em Angola.

O principal objectivo deste projecto, frisou o governante angolano, “é contribuir construtivamente para assegurar uma participação inclusiva, heterogénea e efectiva da sociedade civil no processo de governação, em geral, mas com maior enfoque na governação local”.

Distintos actores da sociedade civil e de organizações cívicas de várias províncias angolanas participaram da cerimónia de lançamento oficial do PASCAL, que decorreu em Luanda, uma das cinco províncias onde o projecto será implementado. (In Observador)

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