Início Mundo João Lourenço, entre outros chefes de Estado, solidários com Umaro Embaló que escapou de um golpe na Guiné – Bissau

João Lourenço, entre outros chefes de Estado, solidários com Umaro Embaló que escapou de um golpe na Guiné – Bissau

por Redação

O Presidente guineense garantiu que as pessoas que atacaram o Palácio do Governo “não queriam apenas dar um golpe de Estado”, mas sim, “matar o Presidente da República, o primeiro-ministro e os ministros”

O Presidente da República, João Lourenço, transmitiu, quarta-feira (02), uma mensagem de encorajamento e solidariedade ao homólogo da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, na sequência dos tumultuosos acontecimentos ocorridos terça-feira.

De acordo com a página oficial da Presidência da República no Facebook, o Chefe de Estado angolano telefonou ao Presidente da Guiné Bissau a meio da manhã.

Enquanto isso, a tentativa de golpe de Estado no país foi igualmente condenada ao longo do dia de terça-feira pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Também vários governos, como Portugal, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde condenaram e lamentaram o sucedido.

De acordo com uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República de Portugal na Internet, o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, “acompanhou a par e passo, com preocupação, a situação em Bissau, tendo já falado telefonicamente com o Presidente Sissoco Embaló, a quem transmitiu a sua condenação veemente, que é a mesma do Governo português e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a estes atentados à ordem constitucional na Guiné-Bissau”.

Também o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, apelou ao regresso “à normalidade” na Guiné-Bissau e pediu que a Constituição “seja respeitada”, após falar com o homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, ao início da noite de terça-feira.

Por seu lado, o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, apelou à intervenção da comunidade internacional para que a situação seja ultrapassada “o mais rapidamente possível e com o menor banho de sangue possível”.

“Lamento profundamente porque de facto, os nossos países em vias de desenvolvimento, continuamos nesta luta titânica contra a pobreza, pela afirmação dos valores democráticos e existem precisamente as eleições para que todos possam chegar ao poder pela porta principal, que é esta soberania que o povo nos confere”, disse Jorge Bom Jesus.

Estes incidentes na capital guineense decorrem dias depois de uma remodelação do executivo, decidida pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que foi contestada inicialmente pelo partido liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. Posteriormente, o líder do Governo disse que concordava com a remodelação feita.

Entretanto, o Presidente guineense lamentou a ocorrência daquilo a que chamou de “ataque à democracia”. Autoridades confirmam morte de pelo menos seis pessoas na sequência da tentativa de golpe de Estado, cujos autores se desconhecem.

Depois de largas horas de incerteza e apreensão por parte dos cidadãos, as autoridades da Guiné-Bissau afirmaram que foi abortada a tentativa de golpe de Estado, levada a cabo terça-feira (01.02) no país, e garantem que a situação está sob “controlo total”.

Ainda na noite de terça-feira (01.02), o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, falou à nação, no palácio presidencial. Aparentemente tranquilo, e acompanhado pelo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, e alguns membros do governo, o chefe de Estado fez o ponto da situação, começando por confirmar que a troca de tiros no Palácio do Governo deixou várias vítimas mortais.

“Há mortos de um lado e do outro”, afirmou o Presidente guineense, acrescentando que “alguns elementos que estiveram envolvidos neste acto covarde e bárbaro já estavam a ser investigados por indícios de narcotráfico”.

Fontes militares avançaram, entretanto, que pelo menos seis pessoas morreram na sequência do tiroteio.

Homens armados e à paisana assaltaram, terça-feira, o Palácio do Governo guineense, onde estava a decorrer a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que estava a ser presidida por Umaro Sissoco Embaló.

Durante várias horas, ninguém pode entrar nem sair do edifício até que o Presidente da República e os membros do executivo foram retirados do local, alegadamente, por militares da Marinha de Guerra Nacional, uma das forças mais temíveis do exército guineense.

Não se sabe, para já, quem terá liderado este ataque ao Palácio do Governo e com que motivações.

Aos jornalistas, Umaro Sissoco Embaló afirmou que “ainda não há caras, porque havia uma mistura, mas foi uma coisa muito bem organizada e concertada. Não quero estar a avançar [informações] para não complicar a investigação em curso, mas posso garantir-vos de que a situação está sob controlo, de uma forma total”.

Sissoco Embaló disse ainda que o país está de luto porque “alguns valentes filhos” tombaram hoje “por causa da ambição de duas ou três pessoas, que entendem que o país não tem direito de viver em paz”.

“Custava-me acreditar que um dia poderíamos chegar a este ponto, ou que os filhos da Guiné poderiam voltar a perpetrar outro acto de violência. Preferiria que as pessoas me atacassem pessoalmente”, lamentou o Presidente guineense, que garantiu que as pessoas que atacaram o Palácio do Governo “não queriam apenas dar um golpe de Estado”, mas sim “matar o Presidente da República, o primeiro-ministro e os ministros”. No entanto, todos os membros do governo saíram ilesos.

O chefe de Estado guineense agradeceu ainda às forças de defesa e segurança do país por terem impedido um golpe de Estado, que constituiu, disse ele, um “atentado à democracia”.

O ataque ao palácio do Governo, onde decorria o Conselho de Ministros, teve fogo cruzado durante cerca de cinco horas. São esperados, nas próximas horas, desenvolvimentos e esclarecimentos sobre esta que é mais uma situação que põe em causa a estabilidade política e social na Guiné-Bissau.

Nas declarações aos jornalistas, na terça-feira, Umaro Sissoco Embaló apelou à comunidade internacional para que continue a apoiar a Guiné-Bissau “porque este povo precisa”, disse.

                                                                                                                                           (Com agências)

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