Início Política  Carolina Cerqueira preferida por João Lourenço para ser a próxima vice-Presidente da República

 Carolina Cerqueira preferida por João Lourenço para ser a próxima vice-Presidente da República

por Redação

João Lourenço quer Carolina Cerqueira para candidata à vice-Presidente da República nas eleições gerais do corrente ano. O assunto tem sido dos mais badalados em meios políticos e sociais nos últimos dias, apontando-se mesmo algumas convulsões no seio do MPLA

Santos Pereira*

As expectativas que se criaram quando João Lourenço tomou posse como Chefe de Estado foram-se esfumando ao longo do seu mandato, fazendo com que, actualmente, tenha perdido o “charme” inicial que lhe terá granjeado popularidade assinalável no seio dos cidadãos em geral. A decepção é grande, incluindo nos militantes do seu próprio partido, facto que se comprova diariamente nas ruas, nos transportes públicos, mercados e demais locais onde se juntem algumas pessoas.

O descontentamento popular é um facto que não pode ser ofuscado, não só pelos efeitos sociais negativos da crise económico-financeira em que Angola se encontra, com o alto nível de desemprego, que só foi aumentando com o passar do tempo, tal como o custo de vida que tomou proporções insuportáveis para a maioria dos cidadãos, mas sobretudo porque todas as promessas que foi fazendo, combate à corrupção, entre elas, são hoje vistas como uma “cantiga” que apenas visou distrair, mas que ficou a “marcar passo” indefinidamente .

De acordo com o que se propala, no seio do MPLA ainda permanece vivo o “espírito” de José Eduardo dos Santos e, grande parte dos quadros que preenchem os órgãos de direcção do partido, mesmo passados cerca de cinco anos continuam em “adaptação” a João Lourenço, que, para alterar a seu favor a relação interna de forças no aparelho do partido, alargou a composição dos seus principais órgãos.

Assim, segundo referências que circulam, na ânsia de obter lealdade, joão Lourenço tem promovido quadros  jovens, mulheres e até indivíduos “antipáticos” à sociedade. Os dados apontam que tal cenário, além de estar a descaracterizar o MPLA, introduziu, embora não se admita publicamente, o sistema de alas: a dos “mais novos” e a “dos mais velhos”, despertando sentimentos divisionistas, de menosprezo e, principalmente, de muita intriga.

Assim, nos últimos meses, João Lourenço está empenhado em reunificar o MPLA, para reforçar o seu poder como lı́der do regime porque só dessa forma poderá chegar à vitória nas eleições gerais de 2022.

As informações que circulam apontam também que um primeiro esboço das listas de deputados do MPLA às eleições para o Cı́rculo Nacional, já terá sido concluida por João Lourenço que, entretanto, aguarda a entrega das listas dos cı́rculos provinciais, cuja compilação é da competência dos comités do partido nas provı́ncias.

Ter uma mulher como número dois nas listas do MPLA, e candidata a vice-Presidente da República, é  a pretensão de João Lourenço, preocupado em cumprir a sua anterior promessa eleitoral de atribuir às mulheres metade dos lugares nas listas, tal como já o fez na actual composição do Comité Central do partido.

Enquanto isso, o nome da ministra da Saúde, Sívia Lutucuta é um dos nomes que está a ser considerado pelo Chefe de Estado, caso Carolina Cerqueira não se “sinta interessada” no cargo.

Tanto Carolina Cerqueira como Sílvia Lutucuta têm-se afirmado como figuras da maior confiança de João Lourenço que tem, com Carolina, um relacionamento bastante antigo que data dos tempos em que ela foi jornalista da Rádio Nacional de Angola e se reforçou dentro do partido.

Para a fonte que temos citado, o interesse de João Lourenço na antiga ministra da Comunicação Social, da Cultura e actual ministra de Estado para a Área Social para suceder Bornito de Sousa no cargo de vice-Presidente da República, deve-se ao facto de possuir visibilidade internacional e notoriedade pública capaz de galvanizar as atenções gerais, de ser experiente e empenhada em diversas acções sociais, com constantes presenças públicas em actos ligados à Saúde e Educação, procurando sempre ajuda para minimizar as inúmeras carências registadas em escolas, hospitais e outras instituições públicas, assim como a sua intervenção em diversas comunidades mais carentes.

Contudo, seja por algum constrangimento pessoal, ou por intrigas nos bastidores do partido que têm sido descritas por fontes internas, Carolina parece não estar muito inclinada em aceitar ser candidata a vice-Presidente.

Em jeito de prevenção, João Lourenço, apesar de vários nomes que tem em mãos, propostos pelas correntes internas, em que constam Adão de Almeida e Virgílio de Fontes Pereira, está a ponderar, de forma mais atenta, em Sílvia Lutucuta, apesar do seu peso político e historial partidário ser inferior ao de Carolina Cerqueira.

O nome de Luísa Damião, vice-presidente do MPLA, parece ser uma “carta fora do baralho”, já que nem sequer tem sido mencionada nas hipóteses, a actual ministra da Saúde, é da total confiança do Presidente, ligando-os laços e/ou relações familiares e afectivos, entre outros. Sílvia, apesar dos pesares, tem-se mantido firme no Governo, devido, também, por ser oriunda do Huambo, considerando que João Lourenço precisa “manter equilı́brios étnicos e regionais ao nı́vel do executivo”, referem as informações.

Actualmente, João Lourenço rodeia-se de quatro altos funcionários do aparelho do Estado, que têm maior acesso directo ao Presidente da República: Carolina Cerqueira, Edeltrudes Costa, Francisco Furtado e Fernando Miala. Todos considerados com capacidade para substituir Bornito de Sousa. Mas como a preferência do Chefe de Estado vai para uma mulher, quem será? Carolina ou Sílvia? Eis a questão! *(Com agências)

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