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Elisabeth Borne sucede a Jean Castex como primeira-ministra de França

por Redação

O chefe do governo demitiu-se segunda-feira (16), depois de Macron ter sugerido uma remodelação no executivo após a sua vitória nas presidenciais. Borne torna-se na primeira mulher a ocupar o cargo em 30 anos

O Presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou Elisabeth Borne, segunda-feira (16), para suceder o primeiro-ministro, Jean Castex, tornando-se assim na primeira mulher a ocupar o cargo em cerca de 30 anos.

Borne era apontada pelos média franceses como a favorita do Presidente para suceder a Jean Castex, que apresentou a sua demissão na segunda-feira. O anúncio foi feito pelo Eliseu durante a tarde, depois do Le Monde ter avançado que seria ela a escolhida para liderar o novo governo.

Borne já era de ministra do Trabalho, do Emprego e da Integração, e chegou a ser também ministra do Ambiente em 2019, tendo governado na área dos transportes e da transição ecológica. O seu currículo, assente em políticas verdes e sociais, agrada ao Presidente francês, que procurava uma candidata para atacar o eleitorado à esquerda antes das legislativas de 12 e 19 de Junho.

Segundo o Le Monde, este é o pico da carreira de Elisabeth Borne, de 61 anos, que entrou na política francesa em 1991 como assessora técnica de Lionel Jospin, então ministro da Educação.

A actual ministra do Trabalho torna-se assim na primeira mulher a liderar o governo francês desde Édith Cresson, a primeira mulher a tornar-se primeira-ministra e que governou durante pouco menos de um ano nos anos 90, entre Maio de 1991 e Abril de 1992.

Através do Twitter, o candidato da esquerda para as próximas eleições legislativas, Jean-Luc Mélenchon, criticou a nomeação de Borne, apontando para algumas políticas que foram implementadas durante o seu mandato como ministra do Trabalho.

“Redução do subsídio para um milhão de desempregados, abolição das tarifas reguladoras do gás, adiamento do fim da energia nuclear por dez anos, abertura à concorrência da SNCF [empresa de caminhos de ferro francesa] e da RATP [empresa de transportes de Paris]. Em frente para uma nova era de abusos sociais!”, afirmou o candidato, em torno do qual se uniram os partidos à esquerda.

Do lado completamente oposto da bancada, a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, também teceu duras críticas à nomeação de Borne, acusando Macron de “demonstrar a sua incapacidade para unir e vontade de seguir a sua política de desprezo, desconstrução do Estado, agitação social, extorsão fiscal e frouxidão”.

Jean Castex demitiu-se cerca de um mês antes das eleições legislativas, nas quais o partido de Macron, o La République En Marche!, tentará repetir o bom resultado das presidenciais e impedir o crescimento da extrema-direita, liderada por Marine Le Pen e o Rassemblement National, e da esquerda de Mélenchon.

No Twitter, Emmanuel Macron agradeceu o trabalho de Jean Castex, que liderou o governo francês desde Junho de 2020.. “Durante quase dois anos, trabalhou com paixão e compromisso ao serviço da França. Orgulhamo-nos do trabalho realizado e dos resultados alcançados juntos”, escreveu o chefe de Estado. (In NM)

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