O crédito malparado em Angola subiu 13,6 por cento no ano passado, crescendo de 18,41 por cento para 20,26% em Dezembro, de acordo com o Relatório e Contas de 2021 do Banco Nacional de Angola (BNA)
Crédito malparado subiu treze por cento no ano passado. “Relativamente ao crédito vencido malparado no final do ano de 2021, este registou um aumento de 115,52 mil milhões de kwanzas, comparativamente ao período homólogo (13,64%). Com efeito, o rácio de incumprimento do sector bancário passou de 18,41% em Dezembro de 2020 para 20,26% em Dezembro de 2021”, lê-se no relatório divulgado pelo BNA.
De acordo com o documento, esta subida de 13,6 por cento no crédito que os bancos não conseguem cobrar há mais de 90 dias representa um novo aumento, já que, de 2019 para 2020 o rácio melhorou de 32,46% para 18,41%.
O relatório sobre as actividades do regulador financeiro angolano aponta também que o sector bancário quase triplicou os lucros no ano passado, com uma subida de quase 180 por cento.
“No final de 2021, o sector bancário registou resultados positivos num montante de 394,90 mil milhões de kwanzas, um aumento de cerca de 179,39 por cento face ao período homólogo, devido, fundamentalmente, ao aumento de proveitos com títulos e valores mobiliários”, refere.
Onde o panorama não é tão positivo para as 25 instituições financeiras a operar no país, é nos sistemas de controlo interno e nos requisitos sobre as boas práticas na área da governação corporativa, que o Banco Nacional de Angola diz serem ainda insuficientes.
“Observam-se insuficiências relativas às políticas e processos de identificação e avaliação de transacções com partes relacionadas e de prevenção de conflitos de interesses, fragilidade dos processos de protecção para inibição de acessos indevidos aos sistemas de informação, bem como na implementação de processos de recuperação de desastres em caso de incidente”, lê-se.
No documento refere-se que, “de forma geral, o sector bancário continua a apresentar uma tendência crescente, em termos de formalização dos requisitos de Governação Corporativa, o que evidencia o incremento da cultura de boa governação nas instituições e a mitigação dos riscos inerentes”.
Sobre os sistemas de controlo interno, apesar do “crescimento assinalável do nível de cumprimento dos requisitos previstos na regulamentação em vigor, comparativamente ao período homólogo, existem bancos em que persistem insuficiências de recursos humanos capacitados, para fazer face às atribuições regulamentares das funções de controlo, designadamente, gestão de risco, compliance e auditoria interna”. (In Angop)