A Sonangol tentou justificar com suposto “aumento” da “procura do gás na semana passada, sobretudo na cidade capital”, parecendo esquisito um repentino aumento substancial ao ponto de inviabilizar o normal abastecimento do produto
Nos últimos dias os habitantes de Luanda estão a debater-se com uma gritante falta de Gás de cozinha no mercado, situação que acarreta sérios constrangimentos domésticos e está na base das enormes filas que se formam em frente às agências de venda do produto.
A situação é realmente constrangedora e os cidadãos estão deveras agastados com a ausência de gás no mercado e com a falta de respeito ao consumidor por parte da Sonangol que, como sempre, limitou-se “a ver o filme no camarote”, sem prestar cavaco a ninguém.
Diante da ocorrência, que origina diversas especulações, entre outras, em meio às diversas carências que a população já vive, na segunda-feira (14), a Unidade de Negócio de Gás e Energias Renováveis da Sonangol resolveu vir a público dizer que há “disponibilidade de gás para atender à demanda do mercado nacional”.
Mas, se há, a que se deve então a carência do mesmo nos estabelecimentos comerciais há já alguns dias e para quê tanto corre-corre da população? Faltou explicar, embora tenha tentado justificar com suposto “aumento” da “procura do gás na semana passada, sobretudo na cidade capital”, parecendo esquisito um repentino aumento substancial ao ponto de inviabilizar o normal abastecimento do produto.
Continuando a sua justificação, a Sonangol garante ter controlada (a situação), com o reforço das operações de enchimento e distribuição, assegurando quantidades suficientes para a reposição da normalidade.
Ora, se a “normalidade” tem que ser reposta, significa que algo “anormal” terá acontecido e simplesmente “marimbaram-se” para o público consumidor.
Segundo o comunicado, “do ponto de vista operacional, foi feita a interligação de uma nova unidade de armazenagem ao sistema de produção, sem a necessidade de interrupção da produção, dada a disponibilidade dos reservatórios intermédios e o recurso ao gás proveniente da Refinaria de Luanda”.
Assim, a Unidade de Gás apela à calma e recomenda à população a não aderir à compra a preços especulativos, muito menos em revendedores não licenciados para a devida comercialização de gás butano.
Em diversos bairros de Luanda, diversos revendedores que ainda tinham algum produto, imediatamente dispararam os preços, havendo mesmo quem triplicou o valor da botija: por exemplo quando uma unidade estava a ser comercializada a 1.500 Kz, passou para 4.000 Kz e assim sucessivamente, com uns a aumentar mais e outros um pouco menos; contudo, não deixa de ser um custo mais pesado no bolso do pacato cidadão!
Se em Luanda, a capital do país, é assim, como andarão as demais províncias, que habitualmente têm sido vítimas da falta de gás?
A Sonangol tem que ter uma postura mais idónea, responsável e respeitar o consumidor, o contribuinte, porque atitudes, repetidas, como esta, nesta altura do “campeonato”, só exacerbam mais os ânimos já de si um tanto agastados! SP