Os trabalhos preliminares de reparação do Sistema de Transferência de Água do Rio Cunene, através do canal condutor do Cafu, província do Cunene, iniciado em Fevereiro último, foram concluídos em finais de Março último
O director do Instituto Nacional dos Recursos Hídricos (INRH), Narciso Ambrósio, fando à comunicação social esta segunda-feira (03), referiu que foram restauradas as sessões de aterro e saneamento dos solos. O canal apresentou deslocamento das placas e algumas fissuras no princípio de Fevereiro, em consequência das chuvas de 12 dias consecutivos.
Segundo Narciso Ambrósio, foram bloqueadas as secções do canal para permitir o desassoreamento do troço danificado e colmatar algumas fissuras, bem como compactar o terreno ao longo do canal, tendo sido intervencionados os 20 pontos danificados em toda extensão do canal, cujos trabalhos realizados não terão custos adicionais por se encontrar dentro dos prazos de garantia da obra, que são três anos.
Assim sendo, após a conclusão dos trabalhos preliminares, será desenvolvido o processo de solução sustentada, a decorrer de Maio a Agosto, que será antecedido do levantamento fotogramétrico, a ser realizado depois do rebaixamento dos níveis de água, de forma a permitir a definição das curvas de níveis e o delineamento das chanas.
O responsável referiu que vai ser criada uma brigada de monitorização, que realizará, semanalmente, em toda a extensão do canal a verificação da compactação das zonas de serviço, utilização das travessias, bebedouros e características das lajes do canal.
Está igualmente prevista a criação de uma unidade de gestão do canal para garantir a sustentabilidade da estrutura hidráulica.
Recorde-se que o Projecto Hídrico do Cafu é o primeiro de um lote de cinco do Governo angolano criado no quadro do programa de acções estruturantes de combate à seca naquela região, que vai beneficiar 235 mil pessoas.
O canal, a céu aberto, tem uma extensão de cerca de 160 km, com derivação a partir da albufeira da secção do Cafu, no rio Cunene, contempla 30 chimpacas, com 100 metros de comprimento, 50 de largura, cinco a seis de profundidade e a capacidade de armazenamento de água que varia de 25 mil a 30 mil metros cúbicos.
Avaliado em 44 mil milhões, 358 milhões e 360 mil 651 kwanzas, vai permitir ainda o abeberamento de 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas e tem instaladas estruturas metálicas da câmara de aspiração e zona de tomada de água, edifício da subestação eléctrica, com três grupos geradores com capacidade de um megawatts e reservatório unidimensional, além de painéis solares capazes de gerar 1.5 megawatts de energia. (J24 Horas)