Início Política Dia da Paz: João Lourenço enaltece feitos de JES e condecora diversas personalidades e instituições 

Dia da Paz: João Lourenço enaltece feitos de JES e condecora diversas personalidades e instituições 

por Redação

O Presidente da República, João Lourenço, pela passagem do 21º aniversário do alcance da Paz, rendeu homenagem ao malogrado Presidente José Eduardo dos Santos (JES) e lembrou que o antigo estadista foi “magnânimo” e crucial na construção da paz no país!

O Presidente da República, João Lourenço, rendeu, esta terça-feira (21), homenagem ao ex-Presidente José Eduardo dos Santos, depositando uma coroa de flores no seu jazigo na Praça da República, em Luanda.

Por ocasião das celebrações dos 21 anos da Paz e Reconciliação Nacional, que resultou do Memorando de Entendimento do Luena, que pôs fim à guerra em Angola, o Presidente João Lourenço, acompanhado da Primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, e de membros do seu Gabinete, referiu os feitos do malogrado em prol do alcance da Paz e Reconciliação Nacional, reiterando que é o “Arquitecto da Paz”.

A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, também esteve entre as entidades que renderam homenagem ao ex-Presidente da República.

Recorde-se que o “Arquitecto da Paz”, José Eduardo dos Santos, exerceu o cargo de Presidente da República de Angola, de 21 de Setembro de 1979 a 26 de Setembro de 2017. Morreu em Barcelona, Espanha, a 8 de Agosto de 2022, vítima de doença, aos 79 anos de idade.

O Presidente José Eduardo dos Santos aguentou o país, desde que foi indigitado para substituir o Dr. Agostinho Neto, então falecido, na Presidência da República, em meio à guerra fria; enfrentou e contornou com serenidade as imposições soviético – cubanas; aguentou décadas de guerra civil e conseguiu, ante enormes pressões, manter a integridade territorial, a dignidade do povo angolano e chegar à paz. São factos inegáveis e históricos.

O Eng. José Eduardo dos Santos foi o primeiro a aceitar que Angola chegasse às eleições em 1992, num acto democrático e multipartidário, facto que deveria ter acontecido em 1975, entre a FNLA, o MPLA e a UNITA, por altura da Independência Nacional.

Infelizmente, os movimentos de libertação, “amarrados” aos seus aliados internacionais, acabaram por preferir “dançar” a “música” da guerra, da morte e destruição, que se arrastou por décadas consecutivas, com a devastação do tecido humano e de infraestruturas.

Todavia, o diálogo foi considerado como o único meio que poria fim ao troar das armas. Foi neste gesto de busca de soluções pacíficas que Gbadolite tornou-se no lugar cimeiro onde se esboçaria a paz para Angola.

A cimeira de Gbadolite para a paz em Angola começou a 22 de Junho de 1989, com a presença de representantes de 18 nações, entre os quais, 16 eram chefes de Estado. Foi a primeira vez que o então Presidente José Eduardo dos Santos se encontrava com Jonas Savimbi, após a independência.

Sob mediação do então Presidente da República do Zaíre (actualmente RD Congo), o já felecido Mobutu Sesse Seko, depois de longas 7 horas de sucessivos diálogos, foram definidas as linhas mestras para pôr em marcha um projecto de paz nacional em Angola.

As declarações deixavam claro que era imperativo o fim da insurreição armada em Angola, o respeito à Lei Constitucional angolana, a segurança dos membros da UNITA, a sua integração nas estruturas do Governo de Angola, as condições dessa integração e o exílio voluntário de Jonas Savimbi, a quem por sua vez seria mais tarde entregue um cargo honorífico. A cimeira concluiu com um aperto de mão entre o Presidente José Eduardo dos Santos e o líder da UNITA, Dr. Jonas Savimbi.

Assim se abriu o caminho que, passando ainda por Portugal, culminaria na transformação de Angola em Estado Democrático e de Direito e na realização das primeiras eleições multipartidárias e democráticas em 1992.

Foi também sob direcção de José Eduardo dos Santos que Angola entrou para a história mundial como a nação que libertou a África Austral dos esbirros do Apartheid.

História é história e é feita com acontecimentos do passado. Sem passado não há presente e, consequentemente, não há história. Os cerca de 38 anos  em que José Eduardo dos Santos liderou o MPLA e governou o país, mal ou bem, constam na memória colectiva do povo angolano, assim como na do mundo, e têm que constar na história.

Tanto tempo não pode ser apagado apenas por capricho de seja quem for e quais as suas razões, sob pena de deturpar factos, acontecimentos e alterar a verdade sobre um povo e uma nação. Se assim fôr, como se vai justificar, historicamente, a supressão desse longo período de tempo às futuras gerações? O que saberão elas verdadeiramente sobre os acontecimentos do passado no seu país, em África e no mundo?

Assim sendo, o Doutor Agostinho Neto é o Fundador da Nação Angolana e Pai da Nação e o Engenheiro José Eduardo dos Santos é o Arquitecto da Paz e Pai da mudança, do crescimento, da renovação, da mudança para melhor, da reconstrução, do desenvolvimento, da democracia e da reconciliação nacional

Condecorações

Ainda no âmbito das comemorações do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, o Presidente da República, João Lourenço, condecorou várias personalidades e instituições angolanas, algumas a título póstumo.

O Presidente da República, João Lourenço, considerou  que o país e os angolanos têm sabido preservar a paz, alcançada a 4 de Abril de 2002.

Ao falar na cerimónia de condecorações a várias personalidades e instituições angolanas, realizada no quadro das celebrações dos 21 anos do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, assinalado terça-feira, 04 de Abril, João Lourenço destacou o papel desempenhado pelo ex-Presidente José Eduardo dos Santos no alcance da Paz e prometeu tudo fazer para que o país nunca mais volte à guerra.

As personalidades e instituições que foram distinguidas notabilizaram-se na luta pela Independência Nacional, Paz, Democracia e Reconciliação Nacional.

A lista para as condecorações inclui o nome de mais de 400 personalidades e instituições de diferentes segmentos da sociedade angolana.

A cerimónia, que decorreu numa unidade hoteleira da cidade de Luanda, condecorou militares, políticos, membros da sociedade civil, bem como diversas instituições, entre as quais, a União dos Escritores Angolanos, símbolo do importante papel que a literatura angolana teve na Luta Armada de  Libertação Nacional e tem na construção de uma nova Angola. (J24 Horas)

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