Uma turba de indivíduos em fúria saíu à rua em protesto pela paralisação dos taxistas e incendiaram na manhã de segunda-feira (10) o comité distrital do MPLA no Benfica
Os transportes colectivos em Angola foram autorizados a poder circular com a lotação máxima a partir de segunda-feira (10), mas os taxistas anunciaram que vão manter a paralisação dos seus serviços, pois só um dos pontos das suas reivindicações foi atendido, de forma verbal.
Assim sendo, no distrito urbano do Benfica, um grupo de populares, diante das dificuldades causadas pela paralisação dos taxistas, manifestaram-se de forma violenta acusando o Executivo de estar a criar dificuldades à população e chegaram ao extremo de incendiar o comité distrital do MPLA na referida circunscrição.
A situação, vista como uma manobra tendenciosa que está a ser aproveitada por “interesses obscuros”, de imediato movimentou o secretário itinerante do MPLA para as Comunidades, Bento Kangamba, que apelou à calma e compreensão, não só dos populares revoltados, mas também dos cidadãos em geral, aconselhando a respeitar as medidas decretadas em prol do bem vida.
Kangamba realçou a actual situação da pandemia como bastante grave pelo seu rápido alastramento, devendo-se, por isso mesmo, preservar, como condição imprescíndivel, a saúde de todos, incluindo os próprios taxistas e suas famílias.
Para o “Activista do Povo”, Bento Kangamba, neste momento de muitas incompreensões, de forte tensão social, as orientações decretadas apenas visam a busca de soluções para melhorar as condições sanitárias e de vida das populações. Todos têm uma palavra a dizer, um gesto a fazer, para se acabar rapidamente com esta situação. É preciso respeitar as limitações e todos devem ser vacinados, usar máscara, lavar as mãos constantemente, manter o distanciamento e cumprir com zelo as orientações superiores por amor ao povo.
A mensagem de Kangamba transmitiu calma e serenou os ânimos, fazendo compreender os revoltados cidadãos que, caso a a pandemia atinja níveis descontrolados, então tudo será bastante pior para todos e, com muito ou pouco lucro, o desastre será bem pior.
Recorde-se que Bento Kangamba tem sido um elo muito importante na ligação com as populações e, pela sua abnegação, tem dado um grande contributo às comunidades e ao partido.
Entretanto, o anúncio do regresso à lotação a 100% dos transportes colectivos urbanos, interurbanos e interprovinciais, foi feito na sexta-feira pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado.
Assim, os transportes podem circular com a capacidade máxima de ocupação, desde que exijam aos passageiros o cumprimento das medidas de biossegurança, nomeadamente o uso da máscara facial e a apresentação do certificado de vacinação.
Porém, a Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), as três associações que convocaram a greve (ANATA, Associação dos Taxistas de Angola e Associação dos Taxistas de Luanda), em comunicado, exigem mais garantias para desmobilizar o protesto.
Entre as restantes reivindicações constam o desrespeito e excesso de zelo dos agentes policiais contra os taxistas na via pública; não materialização da profissionalização da actividade; proibição de acesso dos táxis “azul-branco” (transportes colectivos) em algumas artérias da província de Luanda; mau estado das vias; responsabilização dos motorista por uso incorreto de máscaras por parte dos passageiros; bem como a falta de respeito e consideração de alguns governantes contra os líderes das associações de taxistas.