Angola e Namíbia estão prestes a iniciar as obras da Barragem de Baynes, um projecto estratégico que promete gerar 860 megawatts de energia. A construção, que consolidará a posição de Angola como um dos principais fornecedores de energia na Região Austral de África, será possível graças à parceria entre os dois países, que já concluíram o estudo de viabilidade técnica e ambiental.
O Ministério da Energia e Águas de Angola, em colaboração com a República da Namíbia, está a finalizar os preparativos técnicos e administrativos para o arranque das obras da Barragem de Baynes, um projecto bi-nacional que visa gerar 860 megawatts de energia. Segundo informações obtidas pelo Jornal de Angola junto ao director nacional da Energia, Diógenes Orsini, o projeto já está em condições de avançar, faltando apenas a formalização final do acordo entre as partes.
Este empreendimento conjunto marca um passo significativo para a consolidação do papel de Angola como um dos principais fornecedores de energia na Região Austral de África. O projeto da Barragem de Baynes junta-se a outras iniciativas de grande envergadura no país, como a barragem de Caculo Cabaça, com previsão de conclusão para 2028 e uma capacidade de 2.172 megawatts, e a Barragem de Vukas 3, na Lunda-Norte, que deverá produzir 117 megawatts.
Diógenes Orsini manifestou otimismo quanto ao sucesso da empreitada, sublinhando a dedicação demonstrada pela Namíbia na concretização do projeto. “O setor energético enfrenta um desafio central de desenvolvimento, que consiste em fornecer energia de qualidade, expandir a capacidade de geração e transmissão de eletricidade, impulsionando tanto o desenvolvimento industrial quanto o consumo doméstico”, afirmou.
Angola, que atualmente possui uma capacidade instalada de 6.227 megawatts, dos quais 66,16% provêm de fontes renováveis, tem vindo a expandir e modernizar a sua infraestrutura energética. A interligação dos Sistemas Norte e Centro do país já foi concluída, permitindo uma distribuição mais eficiente de energia em várias províncias, incluindo Zaire, Bengo, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Huambo, Bié, Uíge, Benguela e Luanda.
A próxima grande prioridade, conforme mencionado por Orsini, é a expansão das linhas de transporte de energia. Investimentos estão em curso para a construção de novas linhas de transmissão e subestações, com o objetivo de ampliar a cobertura e a confiabilidade do sistema. Além disso, a interconexão da rede elétrica nacional com os sistemas dos países vizinhos, como Namíbia, RDC e Zâmbia, está a ser tratada como uma prioridade estratégica, permitindo o intercâmbio de energia e a participação de Angola no mercado energético integrado da África Austral.
O início das obras da Barragem de Baynes representa mais um passo decisivo para o fortalecimento do setor energético angolano, que se posiciona como um pilar essencial para o desenvolvimento sustentável e a integração regional.