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Activistas detidos sem culpa formada

por Redação

Quarto activistas membros do Movimento Revolucionário de Luanda, foram detidos pela Polícia Nacional na tarde de 4 de Setembro de 2015, por marcharem para a libertação de dezassete membros da liberdade que estão encarcerados na Comarca de Viana.

Victor Kavinda

A informação foi prestada ao Jornal 24 Horas, por Jorge Miguel, ao recordar o que aconteceu em 2015, conta que o seu vizinho, Pedro M. João, foram detidos quando se preparavam para uma marcha pacífica para a libertação de dezassete activistas que foram encarcerados injustamente e maltrados.

Tudo aconteceu quando se preparavam para uma marcha pacífica no largo 1- de Maio em Luanda, os agentes da Polícia de Intervenção Rápida, apareceram e começaram a disparar e a tirar gases lacrimogéneo para a multidão. Nesta acção foram detidos e levados numa cela distante da cidade e desconhecido por eles, e segundo Jorge Miguel, mas graças a Deus, conseguiram escapar e contaram com ajuda de um conterrâneo que era um dos policiais.

“Num campo de futebol, situado no bairro Hoji -Ya -Henda, onde Pedro M. João, e mas três activistas que jogavam futebol foram surpreendidos pela Polícia Nacional, e eles apareceram com mais de três viaturas e começaram a efectuar disparos pelo ar e lhes apreenderam e foram encaminhados para a esquadra da quinta avenida, situado no município do Cazenga, onde passaram a noite, sendo depois transferidos para o Serviço de Investigação Criminal de Luanda.

O pai do activista, Manzoeto Pedro, disse a nossa reportagem que, os agentes do SIC/Luanda, foram a sua residência várias vezes e faziam ameaças de morte para o seu filho, e nunca fizeram participação, porque tinham medo de nada se vai resolver, mas ao ser apanhado e detido, todos eles foram torturados, tudo por discutirem política.

“É uma tristeza muito grande e que deixa a família preocupada. Eu tinha avisado o meu filho para não se meter na política e por insistência dos amigos tornou-se activistas e as ameaças continuaram”, disse o pai do activista.
Sete anos depois, a mesma cena se repete, os três amigos de Pedro M João, foram novamente detidos, por participarem numa manifestação pacífica, e foram mantidos encarcerados numa cela superlotada, sem comida e nem água durante quarenta e oito horas.

Mas ainda assim, o nome de Pedro M João foi citado como foragido dos activistas. Os mesmos estão a ser acusados no crime de tentativa de actos preparatórios de rebelião e que criam uma série de manifestações para um golpe de estado, e os jovens activistas caso forem condenados poderão ficar presos durante três anos ou serem convertidos em multa.
O artigo 47- da Constituição da República, permite aos cidadãos protestar sem autorização, desde que informem previamente as autoridades.

Mas o Executivo angolano tem bloqueado e dispersado repetidamente os protestos pacíficos contra o governo, fazendo uso de força desnecessária ou mesmo excessiva e recorrendo a detenções arbitrárias.
No dia 11 de Abril último, foram acusados pelo Ministério Público no crime de rebelião e desobediência a uma ordem de dispersão, e os mesmos estão em liberdade condicional e aguardam julgamento pelo Tribunal Provincial de Luanda.

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