Início Política Peripécias  de um ladrão que roubou milhões aos ladrões Kopelipa, Dino e comparsas que ficaram a ver “fumo”

Peripécias  de um ladrão que roubou milhões aos ladrões Kopelipa, Dino e comparsas que ficaram a ver “fumo”

por Redação

Empresário francês que roubou os generais Kopelipa, Dino e companhia tem actualmente uma fortuna avaliada em mais de 600 milhões de euros

Vincent Miclet é um rico empresário francês, nascido em África. Actual proprietário do grupo petrolífero “PetroPlus Overseas”, ele fez fortuna, primeiro, na importação-exportação em África, onde cresceu.

Perto do poder, ele reina nas altas esferas políticas da França e de vários países africanos, como Angola e Gabão.

Vincent Miclet nasceu no Chade em 1965 e viveu toda a sua infância em África. Seus pais eram cooperadores (cooperantes) enviados para lá pelo governo francês. Eles viveram em vários países após as adesões à independência, e seu filho Vincent frequentou escolas francesas nesses diferentes países.

Miclet iniciou a sua carreira no comércio de pescado, depois criou a sua primeira empresa, Cash Distribution, em 1984. Em seguida, enveredou no transporte de mercadorias. Em 1989, a sua empresa evoluiu e tornou-se num importante player na distribuição de produtos alimentares.

Quando a guerra civil em Angola terminou no início dos anos 2000, Vincent Miclet deixou gradualmente a indústria alimentar e aproximou-se da potência instalada. Ele então se liga a Kopelipa, o conselheiro militar do governo.

Tornou-se fornecedor oficial de equipamento militar em Angola, país que acabara de sair de um conflito de vários anos. Ele então diversificara as suas actividades, ingressando no sector da construção, depois no sector do petróleo, ainda mais lucrativo. Ele trabalhou por um tempo em colaboração com Loïk Le Floch-Prigent, ex-chefe da Elf-Aquitaine.

Abundante, o petróleo angolano permitiu a Vincent Miclet acumular uma fortuna colossal.

Vincent Miclet está hoje à frente da PetroPlus Overseas, uma empresa petrolífera internacional que fundou em 2011. A sua vasta rede nas esferas políticas da França e de vários países africanos faz dele um investidor essencial nas mais importantes transações financeiras.

Na França, ele é particularmente conhecido por estar próximo de altos funcionários e pessoas influentes no governo francês, como Alexandre Benalla. No entanto, ele trabalha nas sombras. Suas actividades são discretas e os seus negócios são quase desconhecidos do público em geral.

Atraído pelo poder e pelo luxo, ele possui as coisas mais sumptuosas que podem ser compradas: aviões particulares de luxo da Bombardier, imóveis gigantescos, veículos excepcionais, incluindo o seu famoso Rolls-Royce registado com as suas próprias iniciais.

Ele é dono do “Domaine du Cheval d’or”, um vasto e luxuoso palácio localizado em Marrakech (Marrocos), perto do palácio do rei.

Aninhado no coração do palmeiral, num luxuriante parque de três hectares, este palácio decorado com materiais nobres tem várias piscinas enormes, duas mesquitas para os seus funcionários e um gigantesco spa.

Ele também é dono de uma vila em Miami, e foi por um tempo o proprietário do Château de Fleurac no Périgord, uma residência sumptuosa e luxuosa da qual ele se separou desde então.

Geralmente bastante discreto, é essa relação que o tornará conhecido do grande público francês, muitos artigos e imagens de Vincent Miclet aparecem regularmente em revistas francesas.

O casal se separou desde então e sua separação tem sido objecto de muito debate e rumores na imprensa e nas redes sociais. Vincent Miclet esclareceu a situação em um comunicado de imprensa enviado à revista PurePeople.com em Julho de 2017.

Com a expulsão de Angola de dois irmãos libaneses, um grupo de generais do circulo e da confiança do então Presidente José Eduardo dos Santos, ajudado pelo seu então  advogado, Rui Constantino da Cruz Ferreira,  ficou com os activos da extinta Arosfran, e a rebatizou, com a designação de “Nova Distribuidora Alimentar e Diversos” (NDAD).

Tendo em conta que os generais da Presidência não podiam aparecer, a NDAD foi registada a  13 de Abril de 2011, em nome da luso-angolana Adélia de Lassalete Bandeira e do empresário francês Vincent Miclet, que foi apresentado ao general Kopelipa, pelo antigo responsável da logística da Casa Militar, general Afonso Lopes Teixeira “Led”.

Para além da gestão da NDAD, o empresário francês Vincent Miclet foi também indicado para gerir a empresa 5M, entre o período de 2010 a 2012, também ligada aos generais da Presidência.

Naquela altura, só a NDAD  tinha lucros diários equivalente a 5 milhões de dólares. Foi durante este período (2010/2012) que Vincent Miclet foi realizando transferências para fora do país, que totalizaram em cerca de 400 milhões de dólares.

De acordo com explicações respeitantes aos métodos do roubo, o empresário Vincent Miclet, ao aperceber-se que o general Kopelipa detinha uma empresa de nome “PointPark Trade” (registrada em nome da sua esposa Luísa Geovetti numa offshore no Panamá), decidiu registar nas ilhas britânicas uma outra offshore idêntica, em seu nome pessoal, de nome “PointPark Finance Limitada”, (registro 1543253) com conta bancaria no Banco Espirito Santo, sucursal financeira da Madeira.

A partir das contas das empresas dos generais em Luanda, o empresário transferia para a conta da sua PointPark Finance, domiciliada no Banco Espirito Santo, sucursal financeira da Madeira, e dai realizava outra transferência para o Iban IBANCH46087620021805B000C, da sua empresa Taycast Investiments S.A, registada no Panamá.

O BNA não questionava nem pedia esclarecimentos destas transferências para a “PointPark Finance”, porque julgava que fossem para a “PointPark Trade” do general Kopelipa.

No seguimento de desinteligências, os sócios angolanos (Kopelipa e amigos) levantaram suspeitas de que o empresário francês estaria a gerir as duas empresas de modo incorrecto e o despediram acusando-o  de “má prestação de contas”.

Para tirar a limpo, e já com Vincent Miclet fora de Angola, os sócios solicitaram a consultora Delloite para fazer uma auditoria às contas das duas empresas que estiveram sob gestão do empresário francês. A Delloite não só confirmou os desvios como apresentou registos de transferências de fundos que Miclet desviava das contas da NDAD para uma outra empresa sua ANGODIS – Angola Distribuição Limitada, conforme documentos referidos pelo Lil Pasta News que difundiu a notícia.

Em 2020, a fortuna de Vincent Miclet estava avaliada em 650 milhões de euros. Nos últimos dias é apontado como estando a aproximar-se do Governo angolano, interessado em “fazer negócios”. O mesmo disse mesmo: “Reafirmo o meu vivo interesse e a total disponibilidade, para continuar ao serviço do Estado Angolano, liderado pelo Presidente da República, João Lourenço, e consequentemente, fazer uso dos meus bons ofícios para dossiers necessários”.

Um sábio ditado alerta que, “quem tem um só olho, na terra de cegos é rei”. Todo cuidado é pouco diante das suas provadas “engenharias”! (Com agências)

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