Dois dos “homens fortes” do regime de José Eduardo dos Santos, os generais Kopelipa e Dino, foram formalmente acusados de vários crimes num despacho de que foram notificados no dia da morte do ex-Presidente José Eduardo dos Santos
O despacho foi assinado no dia 4 de Julho mas as notificações só foram recebidas no dia da morte de José Eduardo dos Santos. O general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e o general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, dois dos homens fortes do anterior Presidente de Angola foram acusados de vários crimes.
“Kopelipa” é acusado de sete crimes: peculato, burla, falsificação de documentos, associação criminosa, branqueamento de capitais, abuso de poder e tráfico de influências. “Dino” terá de responder por todos os mesmos crimes com excepção de peculato e abuso de poder.
Os dois generais estão a ser acusados no âmbito do processo CIF (China International Fund) dentro do plano de combate à corrupção do Estado angolano. Os factos em que a acusação se baseia assentam nas suas relações econoómicas e financeiras com a China, assim como com o cidadão chinês You Haming, o advogado Fernando Gomes dos Santos e as empresas China International Fund (CIF), Plansmart e a Utter Right (estas suas últimas offshore) fazem parte da lista dos acusados.
De acordo com notícias a que circulam, “o primeiro conjunto de factos diz respeito à venda de petróleo angolano, via Sonangol, à China e ao facto de a Sonangol ou o Estado angolano não terem recebido um cêntimo do dinheiro pago pelos chineses por esse petróleo”. Uma “empresa intermediária de Hong Kong, a China Sonangol International Holding Limited (CSIHL), recebia o petróleo da Sonangol, vendia-o à China e ficava com o dinheiro”, sublinhando que a empresa CSIHL nunca teve representação em Angola, mas sabe-se que o seu presidente era Manuel Domingos Vicente, também presidente do Conselho da Administração da própria Sonangol. Os valores em causa ascendem a mais de mil e 500 milhões de dólares.
(Com agências)