O ministro da Energia e Águas reafirmou, nesta quarta-feira, que o Executivo angolano mantém em execução a estratégia de desenvolvimento da indústria de hidrogénio verde, no país, uma acção que prevê contribuir na descarbonização da economia no futuro.
João Baptista Borges falava na abertura do 1º Fórum da África Austral e Europa sobre Hidrogénio Verde, um evento realizado em parceria com a União Europeia e o Governo da República Federal da Alemanha que junta especialistas de Angola, África do Sul e Namíbia.
No quadro desta iniciativa, e com base no aproveitamento da quantidade considerada de “expressiva” de energia limpa, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, disse, nesta quarta-feira, já estarem em curso iniciativas para a produção de amónia verde, que serve como fertilizante a ser consumo a nível interno e exportado para países da Europa.
Com base na potencialidade do país em termos de produção de energia limpa, João Baptista Borges disse que Angola mantém a aposta de atingir, até 2025, 70% de contribuição de fontes limpas na matriz energética na região da SADC, actualmente superior a 64%, o equivalente a quatro gigawatts (GW).
Confiante, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, disse seguramente que a meta dos 70% de energia limpa será alcançada, fruto dos investimentos em curso.
“Angola tem desenvolvido grandes investimentos em infra-estruturas, planificados para aproveitar os recursos nacionais de que dispõe, nomeadamente, hídricos e solares e tem também aumentado a rede de transporte de electricidade e interligação dos diferentes sistemas, para além da significativa expansão da rede de distribuição”, apontou.
No quadro destes investimentos, desde 2016, o mix energético de Angola regista, anualmente, um aumento expressivo de contribuição de fontes renováveis, um facto que está a reduzir de forma gradual o uso de combustíveis fósseis.
Olhando para a região da África Austral, o governante acredita que o desenvolvimento da indústria de hidrogénio verde trará vários benefícios para a transição energética, que vai contribuir na descarbonização das economias e criação de empregos directos e indirectos.
Há acordo assinado
No quadro da cooperação estratégica para a implementação do projecto de energia verde em Angola, a Sonangol assinou, a 15 de Junho de 2022, com as empresas alemãs Gauff GmbH e Conjuncta GmbH, um Memorando de Entendimento.
O Memorando prevê a realização de acções para desenvolver, financiar, construir e operar uma Planta para a produção de energia verde e seus derivados com uma capacidade de produção prevista de 280 mil toneladas/ano de amónia verde, para a tender e dinamizar o sector produtivo nacional e para exportar para a Alemanha e outros países europeus.
O projecto, a ser erguido no Terminal Oceânico da Barra do Dande, prevê quatro fases, sendo a primeira o estudo de viabilidade técnica e económica, já concluído, pesquisas detalhadas para obtenção de crédito na banca, conclusão de acordo comerciais e execução da estratégia de cooperação.
Nesta estratégia de cooperação, a Sonangol tem interesse participativo de 50%, igual percentagem para as duas empresas alemãs.
O hidrogénio verde é produzido com electricidade oriunda de fontes de energia limpas e renováveis, como as de matriz hidroeléctrica, eólica, solar, biomassa e biogás.
A obtenção do hidrogénio verde, a partir de fontes renováveis, consiste na decomposição das moléculas de água em oxigénio e hidrogénio, com o fim de produzir electricidade.