A cidade de Vila Velha foi palco de um evento marcante para a comunidade de capoeira do Espírito Santo. Entre os dias 08 e 10 de agosto, ocorreu o “Festival Gingando na Vila 2024”, uma celebração que integrou cultura, educação e inclusão, promovida através do edital LPG da Secretaria de Cultura de Vila Velha. O festival foi realizado de forma gratuita, em parceria com as escolas UMEF Graciano Neves, no bairro Paul, e UMEF Governador Christiano Dias Lopes, no bairro São Conrado.
Por Joacles Costa
Organizado pelo professor Kenyo e pelo Instrutor Maré do Grupo Capoeira Brasil, o evento ofereceu uma série de atividades focadas em temas sociais e pedagógicos. Entre as principais ações, destacaram-se as Rodas de Conversa que abordaram tópicos sensíveis como o racismo no ambiente escolar e a inclusão da capoeira para crianças atípicas. Além disso, houve jogos e brincadeiras especialmente pensados para inserir a capoeira no contexto escolar de maneira lúdica e educativa.
O festival culminou em uma grande celebração, onde crianças e jovens tiveram a oportunidade de participar de uma roda de capoeira oficial, na presença de Mestres e Professores de diversos estados do Brasil. Essa solenidade representou não apenas um momento de confraternização, mas também a inserção formal dos participantes na comunidade da capoeira, com a entrega da primeira graduação. Este gesto simboliza o acolhimento e a continuidade de uma tradição que é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco desde 2014.
Para os participantes, o evento foi uma experiência transformadora. “Valente”, aluno da UMEF Governador Christiano, expressou sua emoção ao dizer: “Hoje é um grande desafio estar aqui, parece um sonho, um dos melhores dias da minha vida!”
O professor Kenyo ressaltou a importância de integrar esporte, cultura e temas estruturais como um caminho para a emancipação escolar, destacando o impacto positivo na expansão pedagógica. O Instrutor Maré complementou, afirmando que o objetivo principal da programação foi ressignificar a vida dos jovens, conectando-os à sua ancestralidade e fortalecendo o sentimento de pertencimento. Ele enfatizou que a escola deve ser vista como um espaço livre para a produção de conhecimento e construção de uma perspectiva crítica.
O “Festival Gingando na Vila 2024” não apenas celebrou a capoeira, mas também lançou luz sobre a importância de discutir temas sociais e culturais dentro do ambiente escolar, promovendo uma educação inclusiva e consciente.