A governadora da província do Cunene, acompanhada por uma extensa comitiva, realizou uma visita de constatação às obras da Barragem do Ndue, importante projecto estruturante de combate aos efeitos da seca no Cunene, inserido no PCESSA.
A Barragem do Ndue, localizada no município do Cuvelai, província do Cunene, tem a sua execução física bastante acelerada, a governadora provincial do Cunene, Gerdina Ulipamue Didalewa , acompanhada por uma extensa comitiva, foi ao local constatar a realidade do projecto.
A governadora ficou feliz pelo avanço das obras da barragem: “Ficamos muito bem impressionados por aquilo que estamos a ver aqui no terreno, temos uma execução física satisfatória, de 85 por cento neste momento, toda a estrutura de betão e a própria barragem estão praticamente concluídos, está-se a fazer agora alguns de trabalhos de acabamentos, montagem de acessórios, de energia, o trabalho está bastante avançado”, disse Gerdina Didalelwa.
Enquanto a obra avança, renasce a esperança; é a primeira vez que aquele município recebe uma obra de tamanha envergadura. A Barragem do Ndue possui uma albufeira de dois mil hectares e uma capacidade de armazenamento de 170 milhões de metros cúbicos e, neste momento de chuvas, já é possível observar uma pequena quantidade de água armazenada.
Para a governadora, “este é o Eldorado da província do Cunene”. Vamos ter muita água, há muitos projectos, o Cafu terminado, este é o Ndue, temos a Cova do Leão, temos o Calucuve e temos ainda os canais adutores com as suas chimpacas”, descreveu.
Além do corpo da barragem, estrutura de tomada de água e a estrutura de descarregador de cheias, componentes já concluídas, a barragem será acoplada a um canal adutor de 75 Km até à localidade de Ambundu no município do Cuanhama.
O canal já está em execução com 40 por cento de avanço físico, com previsão de terminar ainda este ano. É um canal que terá 75 Km de extensão, com quinze chimpacas com 50 mil metros cúbicos de capacidade cada uma, bebedouros para animais e chafarizes para usufruto da população. As chimpacas já estão todas escavadas e, inclusive, já há captação em algumas chimpacas.
Além da segurança em abastecimento de água, o projecto terá também um grande impacto económico para as populações locais. Quando estiver concluído, será um pilar para a segurança alimentar e a prosperidade da região. As famílias locais e não só, poderão dedicar-se à agricultura durante todo ano.
“Este investimento só vai valer quando a população engajar-se na produção agrícola, inclusive o engajamento do empresariado. Nestes projectos do Ndue e Calucuve vai haver maior capacidade de trabalhar na agricultura em grande escala. Uma vez que as comunidades estão um bocado distantes destas áreas, há areas muito vastas e desocupadas e podemos muito bem trabalhar aqui numa agricultura forte e que vai dar muito para a nossa província para assim saírmos deste marasmo de seca e fome constantes”, referiu a governadora.
A obra ainda não está concluída, mas as populações locais já começam a sentir os seus efeitos. Segundo o administrador do Cuvelai, “os primeiros efeitos são as vias de comunicação, temos 90 Km de estrada terraplanada do Cuvelai até ao Ndue e já se pode andar sem grandes problemas, a população vai~se aproximando dessas vias, assim como os serviços e é um benefício muito grande; temos ainda 35 Km da comuna sede até ao Calucuve é também mais um benefício”, garantiu.
A Barragem do Ndue junta-se a outras iniciativas do Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola (PCESSA), quer na margem direita, como na margem esquerda do rio Cunene. (J24 Horas)
