Início Sociedade Aumento da criminalidade violenta em Luanda leva cidadãos a sentirem-se abandonados à sua sorte

Aumento da criminalidade violenta em Luanda leva cidadãos a sentirem-se abandonados à sua sorte

por Redação

Diversos crimes como assaltos, raptos, roubos, assassinatos estão a registar-se de forma assustadora nos últimos dias em Luanda, levando os cidadãos a sentirem-se como que abandonados pelas autoridades que deviam zelar pela segurança, ordem e tranquilidade

De acordo com notícias que circulam, a Comunidade diplomática em Angola está em pânico por ser vítima de vários crimes que têm tido também a participação dos próprios membros das forças de segurança.

Entretanto, a situação é bem pior e espalhou-se pelos diversos bairros de Luanda, tirando o sossego dos cidadãos.  Os bairros estão infestados por grupos de delinquentes que cometem todo o tipo de crimes, desde assaltos na via pública em pleno dia, assaltos à residências e cantinas, espancamentos, violações e assassinatos, acrescentando-se que os meliantes, de grupos rivais, também se defrontam publicamente, fazendo uso de armas de fogo e armas brancas como catanas, facas, barras de ferro e outros, pondo em perigo os transeuntes e moradores, sem que a polícia tenha punho para enfrentá-los.

Segundo uma cidadã que falou a este Jornal anteriormente a propósito da criminalidade, “muitas vezes a polícia aparece, até patrulheiros, mas não conseguem conter a fúria dos meliantes e acabam por retirar-se sem fazer nada e com isso quem paga são os pacatos cidadãos”, disse, acrescentando já ter sido assaltada, ficou sem o telemóvel e o dinheiro das vendas do dia, já que a mesma é vendedora ambulante. “Fui ameaçada por três elementos com facas quando voltava para casa por volta das 17 horas e tive que entregar tudo o que pediram, o telefone e o dinheiro”, explicou a cidadã.

Para alguns analistas, a situação tem a ver com crises que continuam a acumular-se e estão agora a explodir. “O aumento da criminalidade que se tem assistido em Luanda, envolta de uma violência bárbara, ante a passividade das autoridades, pressupõe um caos de segurança que afecta a ordem e tranquilidade dos cidadãos, que se sentem abandonados por quem deveria zelar pela sua segurança, tranquilidade e bem – estar social”, afirma Licílio Santos.

Em algumas comunidades, a população critica a Polícia e acusa mesmo que determinados agentes são coniventes com os criminosos. “Há situações, como a que aconteceu recentemente na zona da rua “Brasileira”, à Caop, em Viana, em que os meliantes, em pleno dia, rebentaram uma confusão, dispersando os transeuntes e vendedoras que ficam ali, assaltaram e espancaram quem cruzasse com eles e os agentes em serviço no local, que passam o dia a “pentear” os que fazem serviço de táxi, entre motos e carros, simplesmente viraram as costas e foram-se embora, numa atitude, no mínimo, bastante suspeita”, mencionou o analista.

“Há muita violência nas ruas, nos bairros e até em autocarros públicos, havendo referência de passageiros espancados por meliantes, na tentativa de roubar telemóveis, dinheiro e outros bens. Até parece que o povo está abandonado à sua sorte”, lamenta a cidadã identificada por Marília.

Em seu entender, o aumento da criminalidade tem a ver com o desemprego, com o elevado custo de vida actualmente. “Por isso, gra nde parte dos jovens, desesperados, sem horizonte, sem incentivos ou apoios estão a descambar na criminalidade. Os jovens estão frustrados e acabam por seguir caminhos impróprios desferindo a sua raiva nos outros”.

“Por incrível que pareça, as autoridades continuam a passar uma falsa mensagem de que está tudo bem, que a situação está no bom caminho, que a criminalidade está a diminuir e vão-se mantendo distantes da realidade em que vivem os cidadãos. Até os estrangeiros não estão a ser poupados, o que não é bom para a imagem de Angola”, sublinhou Licílio.

Tentativas para ouvir o porta-voz da Polícia de Luanda foram infrutíferas. SP

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