Início Sociedade Comunidade diplomática em Angola em pânico por estar a ser vítima de crimes protagonizados por membros das forças de segurança

Comunidade diplomática em Angola em pânico por estar a ser vítima de crimes protagonizados por membros das forças de segurança

por Redação

Casos de furto, intimidação, assédio e/ou coação a membros da comunidade diplomática de Luanda estão a tomar proporções alarmantes, com tendência a agravarem-se

Segundo notícias postas a circular, que apontam fontes fidedignas, a situação, que está a suscitar pânico nos membros da comunidade diplomática em Luanda, vai-se agravando diante da passividade de quem de direito.

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, é descrito como tendo conhecimento de, pelo menos, três casos, sem que no entanto se saiba as medidas que terá tomado a nível do Executivo para se pôr termo a tais ocorrências.

Sendo as vítimas titulares de passaporte diplomático, o Estado angolano é obrigado a garantir a sua segurança. Porém, o insólito é que quem deve garantir protecção e segurança é que estão a ser acusados de serem os criminosos, ou seja, os crimes cometidos têm a participação dos próprios membros das forças de segurança.

Citando a fonte noticiosa, um dos mais recentes casos aconteceu com um embaixador, cujo nome não é revelado por razões óbvias, que foi obrigado a parar no centro de Luanda, enquanto conduzia uma viatura com matrícula diplomática, por uma viatura da Polícia Nacional.

Após diversos actos de intimidação por parte de agentes fardados e armados, incluindo ameaças à sua eliminação física perante alegações de que a viatura era roubada e a documentação apresentada falsa, foi solicitada à vítima uma quantia para resolver o caso. Depois de entregar a quantia, o diplomata foi autorizado a seguir o seu caminho.

Infelizmente, considerando que a participação de agentes policiais em casos de extorsão de condutores é um fenómeno antigo nas principais cidades angolanas, principalmente em Luanda, sendo os estrangeiros as vítimas preferidas, a situação tem sido como que ignorada por quem de direito.

Há mesmo relatos de alguns casos em que as vítimas foram alvo de violência e tiveram de receber tratamento hospitalar. Enquanto isso, mesmo em face de tão ignóbeis actos criminosos protagonizados por quem tem o dever de combater a criminalidade e garantir a paz, a tranquilidade, a ordem pública, a harmonia e o bem – estar social, não se tomam medidas adequadas para conter o mal, que se alastra assustadoramente e, cada vez mais, emporcalha o nome, a imagem e a dignidade de Angola e de todo o seu povo.

Assim sendo, algumas representações diplomáticas têm alertado o seu pessoal para exercer especial cautela em relação à criminalidade violenta em Luanda, com recurso a armas de fogo. É recomendado, nomeadamente, que o pessoal evite circular sozinho, de noite e em zonas da cidade consideradas mais perigosas. Contudo, alguns dos casos de extorsão recentes tiveram lugar em avenidas movimentadas de Luanda, refere a fonte.

Com referência a fontes consultadas, realça-se que o fenómeno de extorsão por parte de agentes da polícia tendia, até recentemente, a evitar membros da comunidade diplomática, pelo potencial para gerar protestos e investigações.

Contudo, a acumulação de casos denota que, nos últimos tempos, estes passaram a ser os alvos preferidos. Conforme descrito, os crimes são cometidos por agentes sem identificação, sendo praticamente impossível às vítimas denunciá-los, situação que dificulta sobremaneira encontrar os criminosos.

O fenómeno, tal qual o aumento geral da criminalidade por todo o país, é considerado resultado directo do aumento do custo de vida e das carências que enfrentam os cidadãos, que afecta particularmente funcionários públicos com salários baixos, como é o caso de agentes da Polícia Nacional e oficiais subalternos.

Estes últimos, já viciados ao longo dos tempos em “pentear” ou exigir  “gasosa” aos cidadãos por tudo e por nada, encontraram agora uma nova fonte de rendimento, extorquindo quantias a estrangeiros, entre 100 e 200 dólares de cada vez, para “complementar os baixos salários que auferem, atendendo que o salário base mensal de um agente equivale em USD, ao câmbio real actual, a menos de 100 dólares e um 1º sub-chefe ganha pouco mais do equivalente a 100 dólares!

Por este andar, ante tanta incongruência, incompetência e desorganização, será muito difícil o país ser bem visto internacionalmente e cativar simpatias que ajudem a sair do “abismo” em que se encontra. Até quando?! (In AM)

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