Tinha fazendas em Malange e no Novo Redondo (actual Kwanza -Sul, na zona do Libolo) era sócia da companhia de manganês.
Fez um bairro social em Luanda com 125 residências e que na altura teve o seu nome. O bairro ainda existe e é conhecido pela forma de tratamento que lhe era dedicado. O bairro fica na zona do antigo Bairro do Cemitério Novo, o actual Bairro Popular.
Esta enfermeira alemã e judia escalou Luanda em 1916, fez parte de uma comunidade de alemães que andou pelas zonas de Malange, Salazar (actual Kwanza -Norte, Novo Redondo (actual Kwanza-Sul) e Benguela produzindo café, sisal e também na produção de gado bovino.
Ela casou-se com um cidadão inglês, o Sr. Berman, agente para Angola da firma de importação e exportação “ Robert Hudson” , também judeu. Foi mais tarde sócia das minas da Quitota com os irmãos Lagos ( exploravam ferro e manganês).
Foi sempre amiga dos seus companheiros da primeira viagem(1916) por exemplo, o Castro Neves, malanjino tão conhecido e outros. Madame Berman ia todos os anos passar uma temporada à sua terra natal . Socialmente foi extraordinária, com os seus funcionários e os mais carentes.
O papel deste casal foi invulgar , em Portugal, na ajuda aos judeus fugidos durante a Segunda Guerra Mundial, a partir de Lisboa , onde estiveram com esse fim. Um casal digno do maior respeito em Israel, Angola e Portugal.
O conhecido bairro da Madame Berman ainda existe e tem o mesmo nome. Fica no Bairro Popular nas imediações da antiga Feira Popular e do centro de treinamento do Petro de Luanda, o Catetão.
A eterna e saudosa Madame Berman. Espero que o GPL releve o texto e considere o seu nome na toponímia de Luanda. O bairro já lá está, construído com o seu dinheiro e engenho, tem o seu nome na boca do povo e a mulher é ainda desconhecida de muitos.
NOTA: Texto actualizado e com o contributo da amiga e quase contemporânea, Maria Luisa Fernandes Oliveira , mãe do meu kamba Jorge Oliveira .