O Presidente da República de Angola, João Lourenço, no seu discurso proferido esta terça-feira, na 79.ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque, Estados Unidos da América, descreveu o grande esforço que está a ser realizado para colocar o país na rota do progresso e do desenvolvimento, na base de políticas que estabelecem prioridades contidas no Plano de Desenvolvimento Nacional, destacando as iniciativas executadas e em vias de realização no sector da Energia e Água.
Tendo em vista a diversificação da economia, a redução da dívida pública, a mobilização de receitas internas, a optimização da despesa pública nas áreas prioritárias da saúde e da educação e da execução de programas específicos de protecção social, o Chefe de Estado angolano referiu que as tarefes a realizar “são complexas e requerem tempo e recursos humanos suficientemente capacitados para as executar com sucesso, mas não obstante este quadro, estamos a registar progressos encorajadores, cujos benefícios se farão sentir com o decorrer do tempo”.
João Lourenço considera como “’iniciativas bem-sucedidas’ a construção de sistemas de transferência de água para zonas fortemente afectadas pela seca no Sul de Angola, onde a pobreza e a miséria estão a abrir caminho a uma perspectiva de prosperidade e uma vida mais digna para as populações, que passaram a poder contar com água disponível em quantidade suficiente para transformar zonas áridas em zonas de produção agrícola e de criação de animais, sem os riscos anteriores que punham em causa a própria sobrevivência humana e animal”.
A electrificação do país em todas as suas latitudes,com uma “forte aposta na produção de energias limpas com a construção de grandes barragens hidroeléctricas e de parques fotovoltaicos, fazendo com que 67% da matriz energética do país seja já de fontes limpas e com uma tendência de supressão das centrais térmicas ainda em funcionamento já nos próximos três anos”, são, na visão do Presidente da República, acções do Governo de Angola “para melhorar o quadro social nacional e criar factores que potenciem o desenvolvimento da indústria e da agricultura”.
“Em termos de produção de energias limpas, para além dos mais de 6.500 Megawatts que hoje produzimos, estamos a construír a barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça que vai produzir mais de 2.000 Megawatts e daremos início em breve à construção do maior parque fotovoltaico do país com um financiamento de 1.5 mil milhões de dólares americanos, financiados pelo EXIMBANK americano, para alimentar fora da rede um número considerável de localidades nas províncias da Huíla, Cunene, Namibe e Cuando Cubango”, expôs.
Com estes projectos de produção adicional de energía a decorrerem, enfatizou o Presidente João Lourenço, “nossa maior aposta de momento está voltada para o investimento público ou em parcerías público-privadas de construção de linhas de transportação em alta e média tensão para o leste e sul do país, na perspectiva da interconexão com a rede da SADC a leste via Zâmbia e, a sul, via Namíbia”.
Assim sendo, Angola dispõe actualmente de “uma considerável oferta de produção de energia eléctrica, que carece de redes de transportação e distribuição para a levarmos aos potenciais beneficiários em todos os pontos do país e também aos países da África Austral, que necessitam deste recurso para o seu desenvolvimento”.
O Chefe de Estado acenou aos investidores interessados, pois, “têm agora a oportunidade de vender energia eléctrica produzida em Angola aos clientes das zonas de exploração mineira da RDC e da Zâmbia, assim como aos países da SADC no geral, com destaque para o maior consumidor industrial e doméstico que é a África do Sul”.
O Presidente João Lourenço referiu também que “Angola desenvolve um conjunto de iniciativas, que se enquadram no esforço de assegurar a implementação da agenda climática internacional, dando realce às medidas destinadas à mitigação e à adaptação às alterações climáticas, cuidando sempre da exploração responsável dos nossos recursos fósseis para garantir o desenvolvimento e o bem-estar das nossas populações”. (J24 Horas)
