A administradora municipal do Dirico, Ruth Alfredo Tenente, quando se desloca a Menongue não se hospeda na casa de passagem do governo provincial, prefere hospedar-se no hotel Mulombe de que é proprietário o secretário-geral do Dirico e o seu pai José Mukanda, o chamado “governador-sombra” do Kuando Kubango
Fonte ligada ao governo provincial do Kuando Kubango, contactado pelo jornal 24 Horas online, diz-se preocupado pela falta de lealdade dos governantes locais que nada mais sabem que defraudar constantemente os cofres do Estado sem que nada lhes aconteça.
Segundo a fonte, o hotel é propriedade de José Mukanda, assessor e amigo do governador provincial José Martins, conhecido como a pessoa que influencia o governador na tomada de decisões, sobretudo quando se trata da exoneração ou nomeação de qualquer membro do governo local. O seu filho Mukanda, que é o actual secretário-geral da administração municipal do Dirico, impõe que todas as delegações que se desloquem a Menongue em serviço não podem ficar hospedadas na casa de passagem ou em casa de familiares, mas sim naquela unidade hoteleira.
A fonte garante que, em quatro dias de hospedagem cada uma gasta, nada mais nada menos, do que quatro milhões de kwanzas, o que significa um autêntico roubo ao erário público, porém nada é questionado.
O referido hotel, é uma unidade de duas estrelas. Tem outras unidades de melhor qualidade que prestam o mesmo serviço a preços mais baixos. Enquanto o Estado está a primar em evitar gastos desnecessários, é a administradora municipal do Dirico e o seu elenco de ladroagem que delapidam descaradamente os dinheiros públicos e continuam impunes.
O hotel Mulombe está situado defronte à unidade bancária do BFA, e tem servido para que o seu proprietário, o dito “governador-sombre” e pai do secretário municipal do Dirico, consiga embolsar grandes quantias do Estado com a obrigação imposta às delegações do município do Dirico, entre outras, de se hospedarem ali contra o pagamento de somas exorbitantes por demais, numa descarada defraudação ao Estado.
A fonte esclarece que o director local da IGAE está mancomunado com os embusteiros, pelo tem-se furtado das suas responsabilidades. Os órgãos de inspecção do Estado são estruturas inspectivas gerais ou sectoriais de fiscalização, para auxiliar o Presidente da República e Chefe do Executivo no exercício das suas funções, com vista a assegurar o controlo estratégico da administração directa e indirecta do Estado, bem como das administrações autónomas e independentes, compreendendo o controlo da legalidade, a auditoria e a avaliação.
De acordo com a fonte, Ruth Alfredo Tenente, desde que foi nomeada não tem praticado uma gestão ligada ao interesse público, considerando que as suas funções devem, exclusivamente, cingir-se à uma administração isenta, observando as regras e a legalidade. Mas o que se tem visto é um descalabro, é o cúmulo da pouca vergonha. «O mais engraçado é que ela está rodeada de muitos ‘lambe-botas’, que estão mais preocupados em roubar o Estado. Os interesses gerais sustentáculos da estabilidade, convivência e tranquilidade sociais e garantias da satisfação das necessidades fundamentais da colectividade são a razão de ser da actuação dos trabalhadores públicos, mas a administradora municipal não conhece o seu papel, foi nomeada apenas para defraudar o Estado e não para resolver os problemas da população. Desafiamos uma auditoria independente forte, que venha de Luanda e vai-se ver que em tão pouco tempo essa gente já roubou ao Estado muitos milhões de Kwanzas», desabafou a fonte.
Contactado o secretário-geral da administração municipal do Dirico, Mukanda – filho, o mesmo não atende as ligações telefónicas. Enquanto isso, este jornal, vai continuar a divulgar a pirataria instalada no Dirico, assim como em outras partes do país. DK