Início Política Palácio da Cidade Alta de Angola envolvido em acusações de tráfico de diamantes, ouro, droga e branqueamento de capitais

Palácio da Cidade Alta de Angola envolvido em acusações de tráfico de diamantes, ouro, droga e branqueamento de capitais

por Redação

Uma figura do Palácio da Cidade Alta colabora com a rede de tráfico de diamantes, ouro e droga e de branqueamento de capitais, apontam as autoridades portuguesas. Ex-comando português ajudou a branquear 27 milhões de euros provenientes de Angola

A rede de tráfico de diamantes, ouro e droga e de branqueamento de capitais, alegadamente liderada pelo ex-comando Paulo Nazaré, tem ramificação em Angola, o que já se sabia. Agora, o que as autoridades policiais portuguesas acrescentam, é que essa ligação faz-se através de alguém próximo do Palácio da Cidade Alta, detentor(es) da empresa “Sublimedestino”.

O principal arguido na Operação Miríade – com origem na força de paz das Nações Unidas na República Centro Africana (MINUSCA) que integra tropas portuguesas – o ex-comando Paulo Nazaré, estendeu o seu braço da rede de tráfico de diamantes, ouro, droga e branqueamento de capitais a Angola, e essa extensão chegou, de acordo com o Expresso, a cúmplice ligado ao governo angolano.

De acordo com o jornal,  “a equipa liderada pela procuradora Cláudia Ribeiro, do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, suspeita que um cúmplice de Nazaré e um dos principais arguidos da Operação Miríade, o advogado Artur A., está envolvido na lavagem de vários milhões de euros em operações financeiras feitas entre Lisboa e Luanda, onde tem ‘conhecimentos privilegiados'”.

A notícia realça que “o arguido mantinha contactos frequentes com empresários de Angola, entre eles os seus irmãos, que partilham consigo a sociedade numa empresa investigada pelo Ministério Público, neste caso a ‘Sublimedestino’. Um dos irmãos é “até integrante do Conselho Económico e Social (CES), órgão da presidência daquele país (Angola)”, refere o despacho que determinou as medidas de coação sobre os detidos de uma operação conduzida pela Polícia Judiciária e o Ministério Público portugueses.

O CES, criado em Setembro de 2020 pelo Presidente João Lourenço, é um órgão consultivo composto por 45 membros de várias áreas de actividade, muito deles empresários e gestores, bem como por membros da sociedade civil.

As ligações que a Operação Miríade estabelece com Angola vão além do advogado Artur A., havendo ainda uma outra personagem, designado por “Carlos”, cúmplice angolano a quem a rede branqueou 27 milhões de euros ainda que o valor total acordado fosse de 50 milhões de euros repartidos por 8,3 milhões por semana.

“Temos ainda um Alexandre, ou ‘Alex’, a quem Paulo Nazaré teria enviado vários diamantes para Londres”, acrescenta o Expresso.

O Ministério Público português suspeita que Paulo Nazaré, que se encontra em prisão preventiva, tinha a cumplicidade de alguns oficiais do Exército e de ex-militares, actuando em rede em países como a República Centro-Africana (RCA), Angola, Guiné-Bissau, Dubai, África do Sul, Brasil e Reino Unido.

A rede de que fazia parte Nazaré foi denunciada, no final de 2019, às autoridades portuguesas, por um intérprete local que trabalhava para a ONU, cúmplice do jovem militar português, mas que se sentiu prejudicado no negócio por ter ficado sem a sua comissão. Posteriormente, um major que se preparava para enviar oito diamantes ilegalmente para Lisboa para outro militar, também revelou o esquema. (Com agências)

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