Início Política Lotti Nolika: em decadência ou incompetência?

Lotti Nolika: em decadência ou incompetência?

por Redação

Em Setembro de 2020, quando o Presidente da República, João Lourenço, nomeou-a, Lotti Nolika, ao cargo de governadora da província do Huambo, em substituir Joana Lina Ramos Baptista Cândido, muitas foram as crenças políticas da região que acreditaram de ter sido uma “aposta acertada” e consensual, por ser tratar de uma filha da terra e que estava, há anos, familiarizados com os problemas locais.

Na cerimónia de tomada de posse, a própria Lotti Nolika, a segunda mulher que entrava na história da província como governadora, revelou que assumia o cargo com a “predisposição para dar passos fortes no Huambo” e manifestava-se grata pela confiança em si depositada, num momento de desafios. O tempo, como ‘senhor da razão’, destapou as fragilidades e capacidade de iniciativa da “tia” Lotti ao leme da província.

Numa altura que o país abeira-se para ida às urnas, pela quinta vez, a governadora do Huambo, como quem não acredita na recondução ao cargo, já se terá despedido, durante a última sessão ordinária do governo, dos seus colaboradores, tendo inclusive, segundo apurou o Jornal 24 Horas, se desculpados pelos erros e o incumprimento na execução de alguns projectos.

“A Lotti Nolika só lhe faltou lágrimas”, ironizou um dos directores provinciais, presente na reunião, uma postura de liderança que os terá assustado, revelando de que estão nos cargos a prazo, visto que a própria governadora, pelo trabalho realizado, em dois anos, não acredita na sua recondução. “Foi confrangedor ouvir as palavras dela, tipo de despedida, como quem já sabe que não será, no próximo mandato, a governadora”.

Em período de campanha, em que o MPLA procura vencer as eleições com margens folgadas, sobretudo nesta província, considerado “o bastião da UNITA”, as palavras de despedida de Lotti Nolika foram vistas, em certos círculos, como de “decadência e incompetência”, por não ser, ainda, o momento de “lamentações”, por ser um facto que dá espaço à oposição. “A dinâmica, até ao último dia, tem de ser de trabalho e não de lamentações.”

A fonte do Jornal 24 Horas, aponta a governadora do Bengo, Mara Quiosa, com um exímio exemplo de dedicação ao trabalho e governação, que mesmo a escassos dias da eleições, não dá espaço à oposição para argumentar de que nada está a ser feito para o desenvolvimento da província do Jacaré Bangão. “É vê-la, todos os dias, a correr de um lado para o outro e acenar por investidores.”

No Huambo, ao que tudo indica, a governação local, às ordens de Lotti Nolika, terá desistido antes do povo decidir nas urnas. Será mesmo decadência ou incompetência?  

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