O embaixador espanhol em Angola, Manuel Lejarreta, elogiou a empresa espanhola Indra, responsável pela logística do processo eleitoral angolano e contestada pelo principal partido da oposição, pelo seu desempenho e “eficaz organização”.
“A empresa espanhola Indra organizou a logística e forneceu a solução tecnológica das eleições gerais em Angola de 24 de agosto. Em apenas 30 horas desde o enceramento das Assembleias de Voto, apresentaram resultados provisórios com 97% escrutinado. Grande êxito”, congratulou-se o diplomata através da sua conta oficial no Twitter.
O embaixador acrescenta que a Indra é “reconhecida internacionalmente pela sua “grande experiência e qualidade logística e tecnológica em processos eleitorais”.
“A boa e eficaz organização destas eleições em Angola foi constatada por grande número de observadores eleitorais nacionais e internacionais”, escreveu Lejarreta na sua conta do Twitter.
As declarações foram publicadas um dia depois de a UNITA, principal partido da oposição, ter dito que não reconhece a vitória do MPLA, com base nos resultados provisórios divulgados pela Comissão Nacional eleitoral e que dão 51,04% ao partido do poder contra 44,07% da UNITA.
Antes das eleições, a UNITA tentou impugnar a contratação da Indra, acusando a empresa espanhola de ter participado em fraudes eleitorais.
Também na sua conta do Twitter, o embaixador espanhol partilhou elogios ao antigo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que hoje foi sepultado em Luanda, saudando o “carinho e apreço” com que o governo e o povo angolano se despediram, num evento histórico da “amiga nação de Angola”.
O corpo do ex-chefe de Estado, que morreu em Barcelona no dia 08 de julho, chegou no passado sábado dia 20 de agosto a Angola, depois de ter sido travada uma intensa guerra judicial nos tribunais espanhóis sobre a custodia dos restos mortais entre duas fações da família: os filhos mais velhos, em rota de colisão com o Presidente João Lourenço, liderados por Tchizé dos Santos vs a viúva Ana Paula dos Santos e os três filhos mais novos, apoiados pelo regime angolano.
A decisão acabou por ser favorável a Ana Paula e ao regime angolano, que manifestou desde o início a intenção de realizar um funeral de Estado em Angola, que acabou por se concretizar hoje, ao qual não terá sido alheia a diplomacia angolana tendo em conta a permanência em Espanha, nos últimos tempos, de várias figuras de topo ligadas ao executivo e à justiça angolana.