Início Política CNE recepciona primeira remessa de material eleitoral em Luanda

CNE recepciona primeira remessa de material eleitoral em Luanda

por Redação

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) recebeu quarta-feira (08) a primeira remessa de material eleitoral para as eleições gerais do dia 24 de Agosto

Japer Kanambwa

A remessa de material fornecido pela INDRA chegou na tarde de quarta-feira (08), num avião da TAAG proveniente de Espanha.

 O primeiro lote com material para as eleições foi entregue no Aeroporto Internacional de Luanda, ao presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva, por um responsável da Indra.

A empresa espanhola INDRA foi contratada pela CNE para organizar parte fundamental do pleito eleitoral de Agosto próximo em Angola.

A escolha desta empresa, que tem um vasto currículo em fornecimento de soluções tecnológicas e logística eleitoral em vários continentes, e que já esteve presente em outros pleitos eleitorais no país, tem sido motivo de muita polémica por parte dos partidos da oposição.

Entertanto, A INDRA garante que o processo será conduzido “de forma profissional e transparente”.

Depois de a Comissão Nacional Eleitoral de Angola (CNE) confirmar que a empresa foi escolhida, através de concurso público, para fornecer a solução tecnológica que engloba a contagem provisória e a contagem final de todos os votos registados nas eleições gerais, o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, disse que o afastamento da outra empresa concorrente, SmartMatic, se deveu ao incumprimento das regras do concurso e descartou que a escolha da INDRA comprometa a “lisura” do processo eleitoral, apesar da oposição angolana contestar a opção por alegações de fraude.

A INDRA refere que a sua solução tecnológica “garante o cumprimento dos requisitos de transparência e de segurança exigidos por lei, o que implica a redundância dos sistemas de computação, transmissão, processamento e divulgação de resultados”.

A empresa espanhola, que já organizou mais de 400 processos eleitorais nacionais e internacionais, com mais de quatro mil milhões de eleitores envolvidos, será também responsável pela aquisição, transporte e entrega de todo o material necessário para a realização destas eleições gerais.

Enquanto isso, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) descarta que a escolha da espanhola INDRA para apoiar as eleições gerais comprometa a lisura do aCto e salienta que o afastamento da outra concorrente se deveu ao incumprimento das regras.

Segundo Lucas Quilundo, 10 empresas adquiriram o caderno de encargos relativo à solução tecnológica, mas apenas duas apresentaram propostas. “Como o objectivo numa competição é apurar um vencedor naturalmente que a proposta restante era esta [INDRA] que foi objecto de avaliação e adjudicação para celebração de contrato”, afirmou.

Questionado sobre se a reputação da INDRA, cuja idoneidade tem sido posta em causa pela oposição angolana, que relaciona a empresa com fraudes eleitorais, o responsável da CNE adiantou que “essas questões são alheias à CNE” e marginais ao concurso, já que, formalmente “não tem conhecimento de qualquer impedimento legal que pudesse pôr em causa o direito desta empresa se apresentar a concurso”.

 “Não é do interesse da Comissão Nacional Eleitoral nem de ninguém que o processo seja ensombrado de qualquer maneira, mas temos de nos ater aos factos, a CNE lança um concurso e apresentam-se dois concorrentes, um é eliminado, é assim em qualquer competição, ainda que tivesse havido mais concorrentes só um sobraria e prevaleceu a INDRA”, reiterou, considerando que, quanto às questões reputacionais, compete à INDRA vir em sua defesa.

“Não compete à CNE fazer avaliações subjectivas em relação aos concorrentes; é do nosso interesse que o processo eleitoral decorra com a máxima lisura e é isso que a CNE está a fazer, é esse o compromisso que tem”, vincou, sublinhando que foram seguidos os critérios do concurso.

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