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TPI envia “maior equipa de sempre” para investigar crimes na Ucrânia

por Redação

“Isto representa o maior destacamento de sempre do meu gabinete desde a sua criação”, disse o procurador do Tribunal Penal Internacional

Karim Khan, procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), informou que a agência enviou terça-feira (17), a “maior equipa de sempre” da sua história, para investigar alegados crimes de guerra na Ucrânia, na sequência da invasão russa, noticia a AFP.

De acordo com a mesma fonte, a equipa em causa é composta por 42 investigadores, peritos forenses e pessoal de apoio, os quais trabalharão em conjunto com as autoridades ucranianas.

“Isto representa o maior destacamento de sempre do meu gabinete desde a sua criação”, disse ainda Khan, numa declaração.

O procurador dá conta ainda de que a equipa em questão irá “fazer avançar as investigações sobre crimes abrangidos pela jurisdição do Tribunal Penal Internacional e prestar apoio às autoridades nacionais ucranianas”.

Karim Khan agradeceu ainda aos Países Baixos, onde o Tribunal Penal Internacional está sediado, por ter enviado um “número significativo de peritos nacionais holandeses” para ajudar no desenvolvimento desta missão.

Recorde-se que o procurador deste tribunal anunciou o início de uma investigação sobre alegados crimes de guerra e crimes contra a Humanidade, praticados na sequência da invasão russa, apenas quatro dias após o seu começo a 24 de Fevereiro.

A guerra na Ucrânia, que quarta-feira (18) entrou no 84.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas – cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,1 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Identificados 45 russos que cometeram crimes de guerra

Segundo a procuradora ucraniana, foram identificados  45 russos que cometeram crimes de guerra, sublinhando que “já existem 11.600 crimes a ser investigados”.

Segundo noticiado na segunda-feira (16), pelo jornal Ukrayinska Pravda, a procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, anunciou na televisão nacional que foram identificados 45 russos que cometeram crimes de guerra em território ucraniano.

Segundo a procuradora, citada pelo meio ucraniano, “até ao momento, identificámos 45 pessoas por crimes de guerra e três pessoas já estão em tribunal”.

“Um homem que acusamos de matar um civil foi levado ao tribunal, assim como duas outras pessoas (que estão fisicamente presentes na Ucrânia), nomeadamente pessoas que bombardearam a infraestrutura civil em Kharkiv”, adianta.

Acrescenta ainda que estão a “mover-se muito mais rápido aqui [na Ucrânia] do que nos tribunais internacionais”, onde a Ucrânia também está a tentar encontrar justiça pelos crimes cometidos. Conclui, ainda, que foram identificadas “45 pessoas da Federação Russa que cometeram atrocidades na Ucrânia, mas já existem 11.600 crimes a ser investigados”.

A procuradora lembrou também nesta intervenção que para processar estes criminosos de guerra é necessário encontrar todas as testemunhas e todas as evidências de culpa, algo que é complicado tendo em conta a incapacidade de ter acesso a certas áreas do país neste momento ocupadas.

Recorde-se que, até agora, só se conhecia o julgamento do soldado russo Vadim Shishimarin, acusado de ter morto um civil desarmado de 62 anos à beira de uma estrada numa vila na região de Sumy. O jovem apareceu apenas durante alguns minutos em tribunal, na sexta-feira passada, antes de o seu julgamento ter sido adiado para dia 18 de Maio. (In NM)

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