As colheitas de milhões de agricultores estão destruídas e muitos animais domésticos morreram, obrigando as famílias a abandonar as casas. “Esta situação requer intervenção humanitária imediata”
Treze milhões de pessoas estão a passar fome na Etiópia, Quénia e Somália, na sequência da seca no Corno de África, a pior desde 1981, alertou terça-feira (08) o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU.
“Esta situação requer intervenção humanitária imediata e apoio contínuo às comunidades para construir a sua resiliência para o futuro”, disse o director do PAM para aquela região africana, Michael Dunford.
Após três estações chuvosas consecutivas, mas com menos quantidade de chuva do que o habitual, as colheitas de milhões de agricultores estão destruídas e muitos animais domésticos morreram, obrigando as famílias a abandonarem as suas casas e causando um aumento de conflitos intercomunitários.
“As colheitas estão destruídas, o gado está a morrer e a fome está a aumentar à medida que a seca recorrente atinge o Corno de África”, disse Dunford.
O PAM alertou terça-feira (08) que este cenário pode piorar nos próximos meses, pois as previsões indicam que continuará a chover abaixo da média.
De acordo com esta organização da ONU, as taxas de desnutrição são altas e continuarão a crescer se medidas urgentes não forem tomadas no sul e sudeste da Etiópia, sudeste e norte do Quénia e centro e sul da Somália.
O PAM teme uma crise humanitária como a que ocorreu em 2011, quando 250.000 pessoas morreram de fome na Somália, por isso insistiu que “é essencial uma assistência imediata” para evitar tal calamidade.
O governo queniano identificou a seca como uma “emergência nacional” em Setembro de 2021 e a Somália declarou um “estado de emergência humanitária” um mês depois.
(In Observador)