Dikudilu é uma Palavra da Língua Kimbundu, que define o acto sexual feito, normalmente, um mês após o parto com o objectivo de reatar a actividade sexual pôs-parto e de garantir o crescimento da criança do ponto de vista africano.
Dikudilo – literalmente significa acto que ajuda no endurecimento ou crescimento de alguém.
É o inverso de Lufuko. Há casos em que as mulheres perdem a nascença depois de um parto, normalmente, quando a criança morre. Para recuperar a nascença, o ritual do LUFUKO consiste no facto de a mulher ter de se envolver com o pai da criança, quase sempre com quem já não vive. Às vezes, também depois da morte da criança, tias ou pessoas idóneas da família tiram o barro e colocam em baixo da cama, para que o casal copule e, assim, evitar que a mulher perca a nascença.
Repare algo estranho: normalmente quando uma criança morre na nossa cultura secular, a mãe engravida pouco tempo depois. O acto não representa substituição do falecido, mas visa evitar que a pessoa perca a nascença. Cumpre-se imediatamente o ritual para manter a maternidade, explica o africanista Flaviano Estanislau .
Existe ainda o mito ou crença em algumas regiões do país, que se o DIKUDILU não for dado pelo pai, o filho pode ficar “boelo” (pouco dinâmico em português) ou apanhar “Kipaúla’, uma doença que efecta crianças africanas que ainda não sei explicar científicamente, que pode provocar a morte do bebê, se não for tratado correctamente com base na medicina tradicional da zona ou região. As causas e crenças sobre os efeitos negativos de não dar o DIKUDILU com base nas tradições,, variam de região a região em Angola, até os dias de hoje.
Do ponto de vista científico, depois do parto o corpo da mulher precisa de um período para se recuperar do parto, principalmente em casos de parto por cesariana. Além disso, há também o cansaço, a dor e vários outros factores que podem incomodar a mulher por algumas semanas.
COMO FICA O LIBIDO FEMININO NO PÓS-PARTO?
Apesar de não sofrer nenhuma alteração que de fato interfira na libido feminina durante a gravidez, é comum a mulher sentir medo de ter relação sexual achando que poderia causar danos ao feto, o que, segundo o médico, não ocorre na maioria dos casos. “Depois do parto, é normal diminuir o desejo sexual devido ao cansaço e estresse em função das necessidades e cuidados da criança e da amamentação. Além disso, no pós-parto, frequentemente a vagina fica com sua mucosa mais fina e menos lubrificada e a mulher pode sentir dor durante o sexo”, explica um médico genecologista Luciano Pompei, secretário geral da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).
PRAZER NO SEXO APÓS A GRAVIDEZ
O sexo no pós-parto não é menos prazeroso fisiologicamente. Há casais que sentem um prazer até maior. Mas é importante que tanto a mulher quanto o marido, tenham o hábito de conversar a respeito do que eles podem fazer para preservar a vida a dois, além do planejamento de ter um filho.
O mesmo médico explica que “depois do parto, os níveis hormonais da mulher ficam mais baixos e isso faz com que a mucosa vaginal fique ressecada e menos lubrificada”. O próprio hormônio que tem a função de estimular a produção de leite (prolactina), não ajuda muito e pode inibir a libido da mulher e, consequentemente, a lubrificação.
Minhas amigas, vamos debater o DIKUDILU sem qualquer tabú, e gostaria que nos dissesse o que diz a sua tradição ou conhecimento, sobre o DIKUDILU.
Por Eduardo Cussendala