Já pensou em transformar uma ideia guardada no coração em um filme capaz de cruzar oceanos e ganhar as telonas do festival de cinema mais prestigioso do mundo? Foi exatamente isso que aconteceu com 11 brasileiros que participaram de um programa revolucionário em Nova York, criado pelo cineasta Karl Bardosh, um mestre visionário que decidiu democratizar o cinema de uma maneira encantadora: por meio dos nossos inseparáveis celulares.
Com o apoio de agências culturais americanas, Karl Bardosh ofereceu vagas gratuitas para brasileiros interessados em explorar o universo do cinema.
O projeto combinou um workshop intensivo com um festival que culminou na criação de curta-metragens gravados inteiramente em celulares. Os filmes foram avaliados por um júri internacional e também pelo voto popular, com direito a premiação no programa da apresentadora brasileira Liza Andrews, na TV americana, com transmissão simultânea (pelo Premiére do show) para o restante do mundo.
E aqui vai a cereja do bolo: os três melhores filmes foram selecionados para representar o Brasil no Festival Marche Du Film, em Cannes. Uma conquista digna de aplausos!
Pela primeira vez na história de duas décadas do concurso, a maioria dos finalistas eram mulheres acima de 35 anos, provando que nunca é tarde para começar a criar. Entre elas, Vera Santana, Presidente da GAFFA USA, Inc., brilhou ao conquistar o prêmio do voto popular com o filme “Autismo: O Mundo em Pedaços”, uma obra dedicada a aumentar a consciência sobre a realidade das famílias de autistas.
O terceiro lugar do júri oficial foi para Angelita de Paula, Presidente da Fraternidade Sem Fronteiras USA, com o emocionante “Mães no Campo”, que retrata mulheres na África em suas jornadas de resiliência e superação. O segundo lugar foi de Cláudia de Lima, empresária, com o tocante “Verdades Fatais”, que trouxe à tona a complexidade de sua adoção em um roteiro envolvente e reflexivo.
Por fim, o grande prêmio ficou com Gislaine Murgia, uma chef de cozinha que encantou a todos com “A Vida em Azul”, uma história de luta contra a obesidade e reconexão com o amor-próprio.
O cineasta Karl Bardosh, pioneiro nessa modalidade, teve a inspiração para explorar o cinema com celulares muito antes da revolução dos smartphones.
Desde o primeiro iPhone em 2011 até a explosão das redes sociais, ele viu nesse formato uma oportunidade de tornar o cinema acessível a todos. E, ao criar este festival, abriu portas para que histórias reais, criadas por pessoas comuns, alcançassem o extraordinário
Os brasileiros finalistas em Cannes são a prova viva de que, com determinação e uma boa história para contar, é possível romper barreiras e realizar sonhos. E quem sabe? Talvez você seja o próximo a transformar sua ideia em um filme capaz de emocionar o mundo.
Por Claudia Cataldi
Claudia Cataldi
Jornalista, M.Sc.em Ciência Política e Relações Internacionais,