Início Sociedade Professores universitários manifestaram-se em Luanda e prometem voltar à rua dentro de 15 dias

Professores universitários manifestaram-se em Luanda e prometem voltar à rua dentro de 15 dias

por Redação

Enquanto o Executivo não atender as suas reivindicações, os professores universitários angolanos prometeram sair à rua de 15 em 15 dias. Entretanto novas greves, dos médicos e funcionários do Tribunal Supremo começaram segunda-feira (21)

Clamando por aumentos salariais e melhores condições laborais, cerca de 500 professores universitários angolanos manifestaram-se sábado (19) em Luanda e prometeram sair à rua de 15 em 15 dias enquanto o executivo não atender as suas reivindicações.

A manifestação aconteceu um dia depois de os docentes universitários se reunirem em assembleia-geral, tendo decidido manter a greve, que dura desde 3 de Janeiro, por tempo indeterminado.

O secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (Sinpes), Eduardo Peres Alberto, referiu que a manifestação foi um sucesso e informou que, aos docentes de Luanda, juntaram-se também colegas de outras províncias, entre as quais o Cuanza Norte e Cuanza Sul.

O protesto teve o seu início pelas 13:00 na Faculdade das Humanidades da Universidade Agostinho Neto e terminou cerca de uma hora mais tarde em frente ao Ministério das Finanças, onde entoaram o hino nacional e leram as deliberações aprovadas na assembleia-geral de sexta-feira (18).

“O objectivo era transmitir a mensagem do Sinpes e mostrar que a comunidade académica estava presente”, adiantou, acrescentando que o protesto decorreu “com elevado espírito de civismo e sem ocorrências policiais”.

Na terça-feira (22), os representantes do sindicato tencionam entregar o dossier com as deliberações ao Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS),  órgão que tem intermediado as negociações.

Entre estas, inclui-se a rejeição da proposta de 04% de aumento salarial e a manutenção dos subsídios, mantendo-se a “vontade de negociar” com o Ministério do Ensino Superior, segundo Eduardo Peres Alberto.

Os professores vão continuar a manter a greve e anunciaram igualmente a intenção de se manifestarem de 15 em 15 dias até que os seus apelos sejam ouvidos.

O líder do Sinpes enalteceu “o espírito da classe docente” e apelou ao governo para que oiça o seu “clamor”, de forma a ultrapassar a greve que já dura há mais de três meses.

O Sinpes reclama, nomeadamente, o “incumprimento” do memorando de entendimento assinado em Novembro de 2021 por parte das autoridades.

Um salário equivalente a 2.000 dólares para o professor assistente estagiário e a 5.000 dólares  para o professor catedrático, são as propostas salariais do Sinpes para contrapor os actuais “salários medíocres”.

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação considerou, em Fevereiro, que o aumento salarial dos docentes, em greve, era um “processo delicado e complexo”, garantindo, no entanto, que decorriam acções a nível do Governo nesse domínio, em sede de uma abordagem mais geral da matéria salarial da administração pública”.

Pelo menos duas manifestações, visando o retomar das aulas no ensino superior público, foram realizadas em Fevereiro, nos dias 05 e 19, pelos estudantes que pediam a intervenção do Presidente da República, João Lourenço, para a resolução do impasse.

Entretanto, novas greves despoletaram segunda-feira (21) com os médicos e funcionários do Tribunal Supremo a paralisarem os trabalhos em reivindicação de melhores salários e condições de trabalho honrosas. Há ainda a registar a reivindicação dos enfermeiros, que já datam de algum tempo e foi anunciada também uma greve dos árbitros e comissários de jogo do futebol. (Com agências)

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