Teve lugar esta segunda-feira, na Universidade Agostinho Neto, a abertura do Fórum Nacional da Juventude, promovido pelo Conselho Nacional da Juventude (CNJ), sob o lema “O Processo de Electrificação Nacional e o Seu Impacto nas Micro e Macro Indústrias”.
A cerimónia foi presidida pelo Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, numa iniciativa conduzida pelo Presidente do CNJ, Isaías Manuel Kalunga, com o apoio do Magnífico Reitor, Professor Doutor Pedro Magalhães.
O evento reuniu distintas entidades públicas, académicas e representantes da sociedade civil, destacando-se a presença do Presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino de Morais, bem como de jovens oriundos de diversas províncias do país.
Na sua intervenção, o Ministro João Baptista Borges destacou a relevância estratégica do tema, sublinhando que a electrificação constitui um dos pilares fundamentais para o crescimento económico, especialmente para as micro, pequenas e grandes indústrias, que continuam a enfrentar dificuldades no acesso estável à energia eléctrica, um factor com impacto directo no custo dos produtos e na competitividade da economia nacional.

O governante informou que Angola regista actualmente uma taxa de electrificação na ordem dos 44%, sendo que nas zonas rurais o acesso é inferior a 10%. Esta disparidade constitui um entrave ao desenvolvimento inclusivo e limita o aproveitamento do potencial económico fora dos grandes centros urbanos.
Entre os principais desafios apontados, destacam-se:
- A degradação da infra-estrutura eléctrica, herança de décadas de guerra;
- A dependência de fontes fósseis com custos elevados;
- As perdas comerciais devido a ligações ilegais e falhas na gestão da rede;
- As limitações na capacidade de transmissão para províncias como Huíla, Namibe, Cunene e regiões do Leste.
Apesar dos obstáculos, o Ministro salientou progressos importantes, como a entrada em funcionamento da Barragem de Laúca, a interligação progressiva dos sistemas regionais e os investimentos em energias renováveis, com destaque para projectos em curso no Cunje e na Matala.
No âmbito do Plano Angola Energia 2025, o Executivo estabeleceu metas ambiciosas até 2027:
- Atingir mais de 50% de cobertura nacional;
- Garantir acesso à energia eléctrica para milhões de angolanos;
- Elevar a taxa de electrificação rural para acima de 30%;
- Reduzir perdas técnicas e ligações ilegais;
- Modernizar a rede com tecnologia inteligente;
Estimular parcerias público-privadas com vista à atracção de capital, inovação e eficiência.
O Ministro reafirmou que a energia é um factor determinante para o desenvolvimento social e económico, ao facilitar o funcionamento de escolas, unidades de saúde e unidades produtivas. Enfatizou também o papel da juventude neste processo, enquanto motor da inovação, do empreendedorismo e da mudança.
”Queremos que um jovem de Luanda ou do Bié, do Uíge ou do Namibe, possa transformar ideias em negócios, com energia estável e a baixo custo. Porque a energia não serve apenas para acender lâmpadas, serve para acender a economia, para acender sonhos”, afirmou.
No encerramento da sua intervenção, João Baptista Borges dirigiu-se directamente aos jovens, com um apelo à acção: Não esperem que o futuro vos encontre. Sejam vocês a construí-lo com energia, com talento e com coragem”.
