O Projecto de Empoderamento da Rapariga e Aprendizagem para Todos revela que quase 50% dos alunos angolanos do meio rural e cerca de 15% dos estudantes urbanos não voltaram à escola depois da Covid-19
50% dos alunos angolanos do meio rural e aproximadamente 15% dos estudantes urbanos não voltaram à escola depois da Covid-19, disse segunda-feira (17) a ministra da Educação, salientando que há outros factores “preocupantes” como a “gravidez precoce”.
Luísa Grilo falava aos jornalistas à margem da apresentação de um programa de bolsas de estudo que contempla um Projecto de Empoderamento da Rapariga e Aprendizagem para Todos, adiantando que vão ser desenvolvidos mais estudos para quantificar e apurar em que medida a gravidez precoce afasta as raparigas da escola.
O programa vai beneficiar cerca de 900 mil estudantes do 1º ciclo em 68 municípios de todo o país e contribuir para reduzir o abandono escolar de raparigas e rapazes, indicou a governante.
“Sabemos que nesta faixa etária, principalmente entre as raparigas, é muito frequente o abandono escolar, pretendemos que os alunos concluam, no mínimo, o 12º”, disse Luísa Grilo, sublinhando que a prioridade é para as raparigas por que “infelizmente, são elas que, em primeiro lugar, abandonam, por várias razões”, a mais preocupante das quais a gravidez na adolescência.
O projecto inclui uma componente de saúde sexual e reprodutiva para os jovens e uma bolsa que servirá como incentivo para que se mantenham na escola, em vez de a trocarem por “pequenos negócios”.
Visa também dar resposta aos que abandonaram o ensino através de uma educação de segunda oportunidade.
“Como existe uma desfasagem entre a idade e a classe em que deveriam estudar, estamos a adoptar um programa de aprendizagem para adolescentes para recuperação das aprendizagens perdidas, é uma das componentes do projecto, através da massificação do ensino à distância”, destacou Luísa Grilo. (In Lusa)