Fontes próximas a Bento dos Santos Kangamba deixam “escapar” que o político e empresário tomou a decisão de deixar o país para ir viver em Dubai, onde já adquiriu cartão de residência. As fontes referem que Kangamba está desiludido, principalmente com o partido MPLA, onde milita há vários anos, mas que nos últimos tempos o tem preterido, relegando-o para um plano ínfimo, a pontos de estar em curso uma campanha para manchar o seu nome.
O recente périplo efectuado pelo presidente do Kabuscorp do Palanca, Bento Kangamba, por diversos países, nomeadamente, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Índia e Senegal, alegadamente em busca de reforços para o seu clube atacar a próxima época desportiva e ganhar o Girabola 2024/25, terá tido um outro motivo.
De acordo com fontes do círculo próximo de Bento Kangamba, embora o político e empresário tenha trabalhado na cidade de Dakar, capital do Senegal, para encontrar novos reforços para a equipa de futebol, a viagem que o levou também aos Emirados Árabes Unidos, entre outros, visou preparar condições para passar a residir em Dubai, onde já adquiriu residência.
De um tempo a esta parte, Bento Kangamba é dado como estando em “sentido contrário” no MPLA. Fontes de círculos próximos do também general, descrevem que “Kangamba está desiludido com o tratamento que lhe tem sido dedicado no MPLA, partido em que sempre militou e o projectou para a ribalta do cenário político angolano, por se sentir preterido e votado ao abandono desde algum tempo”.
As fontes apontam que, “apesar de todo o seu empenho em prol do engrandecimento do partido dos camaradas, levando sempre, a seu jeito, a mensagem do MPLA, não deixando os seus créditos em mãos alheias, dando a sua contribuição pessoal aos cidadãos carentes, doando bens alimentares, medicamentos, vestuário e até material escolar e brinquedos para os mais pequenos, em várias localidades do país, assim como uma mensagem de esperança, de amor ao próximo e de paz, o que muito agrada às pessoas, nos últimos tempos tem sido alvo de pressões veladas e de um certo afastamento no seio do partido”.
As referidas fontes frisam mesmo que, “devido a um ambiente de instabilidade e de insegurança que se gerou à sua volta, não sendo tido nem achado para as actividades partidárias que sempre foram o seu forte, Bento Kangamba está desiludido, pelo que pretende abandonar o país, delegando colaboradores fiéis para dar continuidade aos seus negócios, que vai acompanhar à distância”.
Bento Kangamba tem demonstrado a sua insatisfacção em meios próximos a si, criando uma situação que se alastra a amigos e militantes do partido que, por razões óbvias, também estão seriamente agastados com algumas posições com que não concordam.
Kangamba, também considerado como o “activista do povo”, homem que sempre teve capacidade de lidar directamente com as massas populares, “no actual momento de crise económica e social que se vive em todo país, em meio a contestações e algumas convulsões que têm alterado os ânimos populares, deveria ser melhor aproveitado”, salientam as informações a que temos feito referência.
Bento Kangamba, prosseguem as fontes, “sempre realizou as tarefas do partido com zelo e dedicação em cumprimento das orientações superiores e, as suas proezas, garantiram ao MPLA enormes benefícios, sobretudo no que toca à mobilização das massas e transmissão das mensagens do partido; pela forma como avalia a organização das suas estruturas de base e incute confiança e serenidade aos militantes, não devia ser menosprezado, defendem.”
As fontes dão como certa a partida de Bento Kangamba para Dubai onde vai fixar residência. “Ele já fez as malas e, em breve, tão logo deixe tudo arumado, em relação aos seus empreendimentos, ele vai-se embora”, garantem.
Recorde-se que, dos vários cargos que desempenhou, desde o secretariado provincial de Luanda ao Comité Central, na sua qualidade de secretário Itinerante, foi Kangamba quem desbaratou as grandes praças eleitorais dos partidos da oposição e arrastou as populações para votarem nos camaradas.
“A sua ausência será um grande prejuízo e vai pesar contra o partido, sobretudo em épocas eleitorais e outras, em que se precisa do apoio das massas populares”, lamentam! (J24Horas)