Início Sociedade “INAR não tem legitimidade para contrariar o Tribunal e PR deve interferir no caso”, apela bispo da IURD

“INAR não tem legitimidade para contrariar o Tribunal e PR deve interferir no caso”, apela bispo da IURD

por Redação

O bispo Alberto Segunda, que lider a Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, reuniu na manhã de terça-feira (19) a imprensa para apresentar a sua versão sobre o acórdão que absolveu os arguidos ligados à referida igreja e a reabertura de todos os templos à nível nacional. O acto aconteceu na sede do Maculusso em Luanda

A igreja universal  liderada pelo bispo Alberto Segunda foi confrontada com uma nova ordem de encerramento, desta vez, da parte do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (INAR) que, na visão dos bispos e responsáveis da agremiação religiosa fundada pelo bispo Edir Macedo, viola de forma flagrante uma ordem judicial.

 “Não cabe ao INAR tomar tal decisão”, disse o bispo Alberto Segunda, que sempre acreditou e continua a acreditar nas instituições do Estado, reconhecendo o empenho para a realização do Estado Democrático e de Direito, embora duvida da idoneidade do INAR em função da maneira como está a dirigir o processo da restituição do património da Igreja Universal que deixa evidentes sinais de favoritismo a uma das partes, principalmente o desrespeito às decisões saídas do Tribunal no dia 31 de Março do ano em curso.

“O acórdão proferido pelo Tribunal determinou o levantamento da apreensão dos templos por entender não se justificar a manutenção dessas apreensões”.

Por outro lado, aquele religioso explicou que depois da leitura do acórdão, não lhe cabe, no âmbito da jurisdição criminal, aferir da legitimidade da direcção da Igreja.

No decorrer da conferência de imprensa, o bispo Alberto Segunda acusou o director adjunto do INAR, Ambrósio Micolo, de se ter pronunciado de forma errada ao afirmar que a sua instituição poderia efectuar a entrega dos bens apreendidos à liderança reconhecida pelo INAR, sendo que o mesmo foge completamente das suas competências e devia agir como um órgão mediador e não julgador.

“Tudo porque existem dezenas de processos cíveis para clarificar essa situação, o que determinou o levantamento da apreensão e a consequente restituição aos legítimos possuidores”.

Segundo o bispo da IURD, as autoridades públicas, policiais, e até mesmo o Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos, devem respeitar a decisão judicial que restituiu os templos, por ser uma decisão soberana e não pode ser desrespeitada por outras instituições ou autoridades do Estado, disse.

“Pedimos às autoridades constituidas, em especial ao Executivo, na pessoa do Presidente da República, João Lourenço, que busquem uma solução definitiva, pois todos estão a ser prejudicados e sofrem com a situação, com milhares de familias que têm tido os seus direitos de culto coartados”.

Esta decisão nem pode ser fruto de interpretações contrárias ao que está descrito, sob pena de estarmos perante ilegalidades e injustiças que podem pôr em causa o Estado de direito e democrático.

Entretanto, no final, o bispo Alberto Segunda deixou um apelo ao mais alto magistrado da Nação, João Manuel Gonçalves Lourenço, no sentido de mediar este conflito que já se arrasta há dois anos, principalmente, porque a Igreja Universal tem mais de cinco mil fiéis que há muito tempo anseiam pela reabertura dos seus templos para poderem exercer livremente e em condições condignas os cultos religiosos.

A Igreja Universal clama por justiça e ajuda na mediação desse conflito, reiterou o bispo, garantindo ser importante que a igreja tenha todos os seus  templos abertos, na medida em que a justiça foi feita.

“O pronunciamento do juiz é claro ao dizer que não há provas de que os que estavam no banco dos réus cometeram os crimes de que eram acusados e os fiéis precisam orar por Angola, pelas eleições gerais que acontecerão em Agosto, para que corra tudo na alegria, no amor e na paz de Cristo”, sublinhou. VK

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