Início Política Presidente português destaca viragem de Angola sobre a Rússia e “maior sensibilidade” sobre a guerra na Ucrânia

Presidente português destaca viragem de Angola sobre a Rússia e “maior sensibilidade” sobre a guerra na Ucrânia

por Redação

Marcelo Rebelo de Sousa destacou a viragem de posição “muito significativa” de Angola sobre a guerra na Ucrânia, admitindo que há “maior sensibilidade” aos pontos de vista europeu

O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou quinta-feira (15) a viragem de posição “muito significativa” de Angola sobre a guerra na Ucrânia, admitindo que há “maior sensibilidade” aos pontos de vista europeu e norte-americano.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas em Luanda, onde participou na cerimónia de investidura do Presidente angolano, João Lourenço, destacando no seu discurso a mudança de orientação de Angola no que diz respeito à guerra na Ucrânia.

“Tal como vários países africanos, inclusive de língua portuguesa, Angola não apoiava a posição da Ucrânia e da União Europeia  e neste discurso o Presidente João Lourenço convida a Federação Russa a parar as suas operações para permitir a abertura de negociações o que é uma viragem muito significativa”, comentou.

O Presidente de Angola defendeu na quinta-feira (15), no seu discurso de tomada de posse, que a Rússia deve tomar a iniciativa de pôr fim ao conflito com a Ucrânia para evitar o escalar do conflito e abrir caminho à reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Certamente, sugeriu Marcelo Rebelo de Sousa, “tendo em conta os novos dados sobre o que se passa na Ucrânia”, admitiu também que haverá “uma maior sensibilidade face a pontos de vista europeus e sobretudo norte-americanos nesta matéria”.

No plano interno, o discurso de João Lourenço foi feito para atender a “necessidades imediatas das populações” notando um maior sentido de urgência no seu segundo mandato.

“Correm muito mais rapidamente do que os primeiros”, disse o Presidente português considerando que este (mandato) “vai ser muito mais acelerado”, e que João Lourenço, com um pesado caderno de encargos “tem de acelerar a intervenção no terreno e a intervenção política”.

Considerou ainda que este foi um discurso muito diferente e mais rico do que há cinco anos e apontou o facto de ter havido também nesta cerimónia um desfile militar:

“Houve nitidamente  a preocupação anunciada de sublinhar o papel e valorizar as Forças Armadas  e isso aparece quer no discurso do Presidente, quer no simples facto de metade da cerimónia ser uma parada”, considerou.

O Presidente angolano prometeu promover a melhoria dos salários e das condições de aquartelamento dos militares “logo nos primeiros dias” do seu Governo, uma vez que a defesa da soberania e da ordem pública “é sagrada” para Angola.

Questionado sobre se manteve encontros bilaterais, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que se encontrou com chefes de Estado africanos e de organizações multilaterais, nomeadamente a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, com os quais falou também sobre as posições quanto à guerra na Ucrânia.

Por outro lado, percorrer as ruas de Luanda, permitiu também “confirmar a grande maturidade democrática, diversidade, pluralismo e simpatia enorme por Portugal”.

Declarou ainda que “acompanhou o pensamento do lado da oposição”, lembrando que sexta-feira (16) toma posse o segundo órgão eleito —  Assembleia Nacional — onde estão representadas as várias forças políticas.

E acrescentou: “É evidente que o povo angolano quer que este processo político seja um processo de paz, com o funcionamento das instituições e dentro delas”. (In Observador)

Poderá também achar interessante