Em período de campanha eleitoral não vale tudo, alertam analistas. Mas, em Angola, os partidos concorrentes às próximas eleições, de 24 de Agosto, têm apostado num discurso de “autêntica mentira” ao apresentar a massa votante propostas de governação irrealizáveis na actual conjuntura do país.
A UNITA, a maior força política da oposição, que por todos os meios e argumentos augura alcançar o poder, propõe, como salário mínimo, caso vença as Eleições Gerais de Agosto, 150 mil kwanzas evolutivos de maneira a aumentar o poder de compra dos cidadãos. Mas um conceituado economista nacional já ‘rebateu’ esta proposta, assegurando que é impossível implementá-la nos actuais indicadores da balança económica.
“É uma ideia impensável. A leviandade como a UNITA, um partido com enorme responsabilidade no xadrez político angolano, lança esta proposta visa, unicamente, enganar os eleitores. A nossa economia não tem, de momento, capacidade para suportar um aumento dessa dimensão. Seria o colapso de muitas empresas, o que causaria mais desemprego no país. É perigoso convencer o eleitor com estes discursos”, disse, ao Jornal 24 Horas, um outro economista.
O MPLA, a poucos dias para ida às urnas, tem sido o único partido a postar em discurso mais realista com a actual conjuntura, onde no seu manifesto de governação, constam um conjunto de acções que, nos próximos cinco anos, podem contribuir para o crescimento da economia nacional, construção e reabilitação de importantes infra-estruturas e equipamentos sociais.
Os analistas que têm acompanhado acções de campanha de outras forças políticas, com a realização de actos de massas, são unânimes em afirmar que “o populismo barato”, para atrair eleitor, tem sido a tónica dominante, um facto de não permite a reconhecer o trabalho realizado, até agora, por João Lourenço, o candidato do MPLA.
“Os políticos da oposição devem ser mais responsáveis. Não devem em apregoar, pelo país, um conjunto de acções com carácter inconfessos. São discursos irresponsáveis que podem causar alguns conflitos”, destacou um analista. Os políticos devem, pelo papel que desempenham na sociedade, adoptar por uma linguagem e declarações de realista e pacificadora.