Nepotismo na ordem do dia no Ministério das Obras Públicas, onde o ministro Manuel Tavares nomeou o seu genro, marido da sua filha, para o cargo de administrador para a Área Financeira do Fundo Rodoviário e Obras de Emergência
Japer Kanambwa*
Numa altura em que se aproximam as eleições gerais, tendo o Executivo que prestar contas da sua governação para poder garantir que o partido no poder continue a merecer a confiança dos angolanos, governantes há que continuam a praticar actos que contradizem as promessas do Presidente João Lourenço de combate à corrupção, peculato, nepotismo, impunidade, entre outros.
Tais práticas fazem com que os angolanos, que geralmente nutriam esperanças em melhorias nas suas vidas e na situação do país, diante do reiterar dos actos que se prometeu combater e o esmorecimento de todo um processo, não acreditem mais na seriedade na sua seriedade, crendo que o “combate à corrupção” não passou de um estratagema para enganar a opinião pública e deixar as elites no poder continuar a roubar e a desgraçar o Estado.
Veja-se, por exemplo, que dos poucos graúdos que foram julgados e condenados, nenhum está na cadeia. Todos estão em “liberdade autorizada”, por alegada espera por recursos que nunca acontecem, por alegados motivos de doença (que nunca tiveram quando roubavam o país), entre outros motivos que não colhem.
Segundo notícias postas a circular e que o Jornal 24 Horas retoma, o ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território, Manuel Tavares, apontado como amigo de alta confiança do Presidente João Lourenço, é um dos membros do governo de quem várias entidades reclamam por frequentes atritos em que se envolve, decorrentes do problema de relações humanas que cultiva. A figura em que, ultimamente, ele mais se revê, é um antigo amigo, José Ferreira Tavares, cujas personalidades têm traços comuns.
Recentemente, de acordo com a notícia, Tavares nomeou o seu genro, antigo funcionário da AGT, Edilson Vilhena, para o cargo de administrador para a Área Financeira do Fundo Rodoviário e Obras de Emergência.
“Isso é amiguismo; o ministro só faz isso por ser afilhado de casamento do Presidente da República, com a actual mulher, de nacionalidade brasileira; daí também a sua preferência por consultores de nacionalidade brasileira”, lamentou uma fonte citada na notícia.
Continuando, a mesma fonte disse-nos ainda que os directores do referido Ministério estão agastados com o comportamento do ministro, por ser muito arrogante e não despacha com os mesmos; apenas o faz com o baixinho Gilberto Moamed, director do INH, pupilo da governadora de Luanda, homem que corrompe os ministros e ofereceu uma casa situada no bairro Alvalade ao actual secretário de Estado, Molares de Abril.
Assim sendo, pelo que se pode perceber, o peculato, nepotismo, impunidade, entre outros crimes e atitudes contraproducentes, prevalecem, apesar das formas ardilosas que têm sido usadas pelos diferentes governantes e gestores, entre outros membros das elites no poder, para se apoderarem da coisa pública. Um cenário que não é bom para conquistar os eleitores!
*(Com agências)