O consórcio libanês, Dar Al-Handasah, continua a operar em Angola aliado a altos responsáveis do Estado com o seu sistema de subornos, pagamento de subcontratos e outras “engenharias” para a execução de obras do Estado, incluindo as do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e as que têm sido adjudicadas a empresa Omatapalo, entre outras
O sistema de construção civil em Angola, desde o fim da guerra no país, foi dos mais aproveitado, pelo regime e seus apaniguados para o roubo desenfreado das riquezas nacionais, através de empresas ditas “amigas” ou de “amigos”, corruptas, que em nome de apoio à recuperação, reabilitação de infrastruturas em todo país e construção de novas, sobretudo a nível de residências, como as centralidades, tem sido um imperativo intimamente ligado às necessidades sociais e à política, como símbolo e factor de crescimento e emancipação da nação.
Apesar de ligado ao mais alto nível em operações com o sector dos petróleos, exploração mineira, comércio, entre outros negócios, é no sector da construção civil onde o grupo Dar Al-Handasah mais roubou, e continua a roubar, o Estado angolano.
Com a justificação de apoio à recuperação, reabilitação de infrastruturas em todo país e construção de novas, como estradas, pontes e, sobretudo, a nível de residências, como as centralidades, bairros sociais como os Zangos, em Luanda, o consórcio, penetrou profundamente em Angola, camuflado na FESA (Fundação Eduardo dos Santos), liderada por Ismael Diogo da Silva, que era uma espécie de “gabinete sombra” da Presidência da República na era Dos Santos, controlando o crescimento econômico e infrastrutural do país, com a devida “orientação” do Dar Al-Handasah, usurpava competências de departamentos ministeriais e lidava ditrectamente com contratos e sobrefacturações de importantes projectos do Estado.
Com ajuda dos seus dois “testas de ferro” angolanos, Hermínio Joaquim Escórcio, diplomata e sócio do grupo, e de Ismael Diogo da Silva, presidente da FESA e empresário, incutiram a ideia de se criar uma espécie de burguesia com funções oligárquicas, compostas por dirigentes do partido no poder, MPLA, e oficiais militares, sobretudo general de alto escalão como Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, general Leopoldino do Nascimento “Dino” e vários outros, bem como alguns executivos da Sonangol e da própria FESA.
É assim que José Eduardo dos Santos foi induzido para construir um milhão de casas (facto bastante apregoado na sua campanha eleitoral de 2008) e, posteriormente, a nova sede da Assembleia Nacional de Angola, entre muitas outras infrastruturas, também ligadas aos sectores da água e energia, grande parte das quais nunca concluíram e/ou nem começaram, apesar dos pagamentos efectuados.
Uma das tácticas habituais usadas por Dar Al-Handasah era (é) a de gastar, por exemplo, 100 milhões de dólares em subornos aos membros das elites no poder em Angola, entre dirigentes do MPLA, governantes, generais e outros, para obter projectos e participar em diversas operações do Estado e depois lucrar cerca de 20 mil milhões de dólares. Foi também este grupo que esteve na base das demolições dos bairros da encosta da Boavista e de outros bairros, o confinamento dos moradores em tendas, a construção dos Zangos, entre outros.
Actualmente, o mesmo continua a merecer o “crédito” do Governo que lhe vai consagrando a execução de projectos e a supervisão de outros adjudicados a outras empresas, mesmo até a nível do PIIM em diversas províncias.
Hermínio Joaquim Escórcio, segundo informações, já não lida directamente nas operações e manobras do grupo, tendo sido substituido pelo libanês Ramzi Klink. Igualmente, Ismael Diogo da Silva, é descrito como “prôfugo da justiça angolana” e, alegadamente, vive no Brasil. Porém, ao que consta, os dois continuam a “manobrar” os cordelinhos dos esquemas e das “engenharias” que continuam a roubar as riquezas angolanas.
O consórcio Dar Al-Handasah, há muito que está na mira dos Estados Unidos da América, por ser considerado apoiante e finaciador do terrorismo internacional, desviando fundos (dólares) de Angola para organizações terroristas como o ISIS e o Hezbollah.
Se o Governo angolano não se acautelar quanto a esta situação, o Governo dos EUA poderá tomar medidas mais drásticas do que aquelas que tomou em 2015.
O assunto não se esgota por aqui. Voltaremos em próximas edições! (Com agências)