Bento Kangamba é, sem dúvida, uma das figuras mais emblemáticas do cenário político angolano. Empresário, dirigente desportivo, político e personagem midiático, a sua figura revela muito bem o cruzamento complexo entre a elite e as massas.
Na arena empresarial, Bento Kangamba construiu uma rede de negócios que também representa um caso peculiar de empreendedorismo carismático.
No debate de ontem, que colocou frente-a-frente o empresário e o autoproclamado grupo de activistas, promovido pela plataforma “Xé Agora Aguenta”, BK foi implacável na defesa dos valores políticos do MPLA. Perante o barulho estridente dos activistas, que apenas ecoavam ideias recorrentes, sem acrescentar novidade ao debate, o empresário – com seu estilo ímpar de comunicação, repleto de expressões idiomáticas locais – desmontou com firmeza a sanha gratuita dirigida ao MPLA e ao seu líder.
Os activistas que agiam como gênios do mal – limitando-se a evidenciar apenas aquilo que o governo, por vários motivos, não conseguiu resolver, BK desmentiu-os claramente com factos. Do Balneário, levantou o irreverente profeta BM Samuel, que, rapidamente notou que o rancor político dos jovens é um problema espiritual. BM Samuel, um homem com visões progressistas, exortou os jovens a olharem de forma otimista os desafios enfrentados pelo país.
Bento Kangamba – Presidente do clube desportivo Kabuscorp Sport Clube do Palanca, esclareceu que o valor pago à seleção nacional da Argentina para realização do jogo amigável com os “Palancas Negras” é um investimento pessoal. No entanto, o Estado angolano não compulsou recursos financeiros para a vinda da seleção “La Albiceleste”.
O empresário da Juventude compreendeu – há muito – o poder simbólico do desporto como ferramenta de aproximação com as massas, de construção de uma imagem pública e de influência cultural. Permeável entre a cidade e a preferia, BK representa, assim, um activo na diplomacia pública.