O Presidente de Angola e da União Africana, João Lourenço, destacou esta quarta-feira (24), em Nova Iorque, os investimentos de Angola em energia, transportes e logística, como um contributo na industrialização do país e para a integração regional.
O Presidente da República, João Lourenço, enfatizou os investimentos significativos do país nos sectores de energia, transportes e logística, destacando-os como cruciais para o desenvolvimento económico e para o estímulo da produção nacional. O foco está em melhorar a infraestrutura, expandir a rede de distribuição de energia para além da produção e aprimorar a conectividade através de mais estradas e pontes.
Em relação à Energia, Angola já possui uma capacidade produtiva considerável. A aposta agora é expandir a rede de transporte e distribuição de energia para que mais população e o sector industrial beneficiem dessa produção.
Um exemplo prático foi a reinauguração da barragem hidroelétrica da Matala, na Huíla, que demonstra o foco em infraestruturas energéticas. Contudo, Angola pode aumentar a sua capacidade de produção de energia hidraúlica se, no futuro, construir as barragens previstas nas bacias do rio Cuanza e do rio Keve, o que pode duplicar, ou mesmo triplicar, os actuais 6,4 gigawatts.
Respondendo a questões colocadas durante o debate de Alto Nível para promoção da 4ª Década de Desenvolvimento Industrial para África, o Chefe de Estado angolano destacou a importância do investimento em estradas, pontes, mobilidade e logística como um dos maiores incentivos à produção nacional.
Angola possui estradas asfaltadas que ligam as capitais provinciais e municipais, além de portos, aeroportos e linhas férreas estratégicas, caso do Corredor do Lobito, apoiado pelo Caminho-de-Ferro de Benguela que desempenha um papel central na integração económica da região.
Num período de 12 meses, foram construídos 268 metros lineares de pontes e asfaltados cerca de 105 quilômetros de estradas.

Essas obras foram realizadas em várias províncias, como Bengo, Cuanza-Norte, Huíla, e outras, totalizando mais de 26 mil quilômetros de estradas nacionais e municipais já existentes.
No sector aéreo destacou a inauguração do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, o maior do país, com capacidade para movimentar 15 milhões de passageiros e 130 mil toneladas de carga por ano.
Igualmente, Angola está a concluir a construção do porto de águas profundas do Caio, em Cabinda, que será o maior porto comercial do país, ultrapassando já no próximo ano o porto de Luanda.
Para Outubro próximo está prevista a inauguração da ampliação e modernização do Porto do Namibe, juntando-se aos portos de Luanda, do Lobito e do Caio, num total de quatro infra-estruturas portuárias de vocação comercial.
Os investimentos visam diversificar a economia, que historicamente tem sido dependente do petróleo.
Quanto a África, o Presidente João Lourenço reconheceu que a industrialização constitui uma urgência incontornável, sendo o aumento da oferta de energia condição indispensável para este processo.
O continente precisa de transformar as suas matérias primas e não há indústria sem energia. África tem potencial para ser auto-suficiente na produção, transporte e distribuição de energia e referiu o exemplo de barragens existentes no continente como a de Assuão, no Egipto, Cahora Bassa, Moçambique, Capanda e Laúca, assim como a de Caculo Cabassa, ainda em construção, em Angola, e a da Renascença, na Etiópia. Classificou como um “gigante adormecido” o potencial da Barragem de Inga na República Democrática do Congo, que só ela, uma vez ampliada, pode alimentar com energia boa uma parte do continente.
O Presidente insistiu na importância de se apostar nas energias limpas, destacando que África precisa aumentar a oferta de energia eléctrica, de preferência de fontes renováveis, como a hidroeléctrica e a fotovoltaica.
O objectivo final é criar um ambiente mais propício à produção nacional e ao desenvolvimento económico sustentável. (J24 Horas)
