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Reflexões sobre a Subvenção dos Combustíveis em Angola- Mário Durão

por Editor

Tenho várias perguntas a fazer. Por favor, espero que não me critiquem nem me julguem. Não quero problemas com ninguém; são apenas dúvidas da minha cabeça. 

Ao longo dos anos, o Estado angolano importou combustíveis, e sempre ouvi dizer que o combustível é subvencionado. Até aqui, tudo bem.

Afinal de contas, subvenção é o quê mesmo?

Deixa-me pensar com a minha cabeça: se eu compro a 10 Kz, nesse preço de 10 Kz já está incluído o custo de produção e a margem de lucro, sim ou não?

Se eu revender o pão que comprei a 10 Kz por 3 Kz, será que estou a ganhar ou a perder?

Vamos ainda olhar para os combustíveis: se o nosso Governo compra combustível há anos a um determinado preço e o vende aqui por um valor mais baixo, cobrindo depois a diferença, pergunto: de que forma estamos a ajudar o país a desenvolver se não queremos pagar o preço justo pelo que consumimos?

Claro que os mais vivos — os malandros que em nada ajudam o Estado angolano — e aqui falo de todos os níveis, desde o “cabola” como eu até ao dirigente, aproveitam-se disso: compram aqui barato, vão vender no Congo e nem precisam de vender caro. Basta vender ao preço real para ganharem os seus dólares.

Agora, uma coisa é certa: não temos refinarias no país, importamos combustível, a economia precisa de se desenvolver. Sem pagarmos impostos ao Estado, sejam eles quais forem, como é que haverá desenvolvimento?

Alguém tem culpa? A culpa é do Presidente? Do Ministro dos Petróleos? A culpa é minha, filho de camponês?

Não, não, não. A culpa é de quem, no passado, não fez o que devia ter sido feito para ajudar o país a desenvolver, para sermos autossuficientes.

Estamos a construir refinarias, estamos a tentar ajustar os preços dos combustíveis para que todos ganhem. Mas, para isso, é preciso alguém com coragem; senão, nada muda. E o Presidente e o Ministro dos Petróleos têm demonstrado coragem. Não é fácil assumir o barulho que este mais velho está a assumir. Hoje, ninguém vê que é por bem. Ninguém olha para o outro lado. Mas uma coisa eu digo: o senhor não merece a falta de consideração que muitos — até os mais próximos — têm demonstrado.

Temos de pensar em país, progresso, futuro, crescimento e desenvolvimento — e não em intrigas, confusão e problemas.

Uma coisa eu garanto: se não fizermos hoje, amanhã será tarde. Temos de ter mais calma. O país não pode continuar a endividar-se para enriquecer alguns, enquanto o povo permanece na pobreza.

Vamos apoiar. Vamos esperar. Vamos deixar o senhor trabalhar!

Ninguém é maluco. Quem não criou empregos e refinarias foi o senhor?

Vamos ser sinceros e ter coragem para falar: a culpa é do senhor?

Não é. Pensem bem. E, se alguém tiver respostas às minhas perguntas, por favor, ligue. Quero muito aprender. 

Mário Durão, filho de camponês  

Tudo pelo  

Líder e a bandeira  

Minha pátria, não renuncio; eu amo Angola.

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