O director do Gabinete de Infra-Estruturas e Serviços Técnicos do Zaire, André Malufuene, foi detido, por técnicos do IGAE, em Mbanza Kongo, com somas avultadas de dinheiro de proveniência duvidosa.
O detido foi flagrado, no gabinete, por inspectores da Delegação Provincial da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), em Mbanza Kongo, com dois envelopes contendo, no total, 1.680.000 de kwanzas, na sequência de uma denúncia anónima.
De acordo com o inspector superior de 2ª classe da IGAE da Delegação do Zaire Garcia Luvungo, a detenção foi possível após a denúncia anónima,que fez com que os inspectores se deslocassem ao gabinete do detido, onde o flagraram a receber um envelope que continha mais de um milhão de kwanzas e, após uma vistoria, foi encontrado o segundo.
“Após ter sido flagrado com o primeiro envelope, os inspectores vistoriaram o gabinete e foi encontrado o segundo, que continha 650 mil kwanzas, perfazendo um total de 1.680.000 kwanzas, provenientes, supostamente, de entidades privadas, mas que o responsável não soube justificar”, avançou.
Segundo Garcia Luvungo, os valores encontrados no gabinete do detido têm sido, supostamente, alocados para aquisição de bens e serviços, mas eram usados indevidamente.
“Os valores que eram alocados para bens e serviços não eram usados para esse mesmo fim. Quando fossem alocados e reflectissem nas contas das empresas dos fornecedores o acusado orientava, posteriormente, um dos seus técnicos para que fosse fazer o levantamento dos referidos valores para dar um destino incerto”, avançou.
Quanto às empresas envolvidas, o inspector da IGAE não avançou, pelo facto de o processo estar, ainda, a decorrer os seus trâmites legais.
“Fazer uso de valores públicos para fins próprios constitui crime de improbidade pública, tipificado no Código Penal”, acrescentou.
Por seu turno, o director do Gabinete Provincial de Infra-Estruturas e Serviços Técnicos do Zaire, André Malufuene, alegou que os valores encontrados no seu gabinete haviam sido solicitados verbalmente junto de algumas entidades privadas, para realizar alguns trabalhos de melhoramento de circulação na Estrada Nacional 120, que liga Mbanza Kongo ao Kuimba-Luvaka.
“Atendendo o nível de degradação da Estrada 120, que liga Mbanza Kongo-Kuimba-Luvaka, e uma vez que o Estado, actualmente, não tem valores para operacionalizar esse tipo de serviços, o Gabinete de Infra-Estruturas fez recurso a entidades privadas para poder reunir os meios financeiros. Só agora conseguimos, através de financiadores, juntar o dinheiro, para podermos intervir no melhoramento do tráfego naquele troço”, justificou.
Segundo o director, os apoios solicitados serviriam, também, para alguns trabalhos paliativos na Estrada Nacional 210, que liga o município do Nzeto ao Mbanza Kongo, uma vez que regista, igualmente, um nível de degradação considerável.
“Também, temos a estrada 210 que liga Nzeto ao Mbanza Kongo, que se encontra com um nível de degradação enorme e nós, dentro desse quadro, com apoios que vamos tendo de alguns empresários, vamos poder intervir, através de operações de tapa-buracos. Os valores não foram encontrados na minha casa, mas, sim, entregues aqui no gabinete e, no mesmo instante, apareceram os inspectores da IGAE e alguns agentes da Polícia Nacional, julgando que esse dinheiro fosse para o director”, acrescentou.
Questionado se dinheiro encontrados no seu gabinete seria suficiente para o trabalho que se propõe executar, André Malufuene reconhece ser insuficiente, mas numa fase inicial serviria, apenas, para pagar alguns serviços, como aquisição de combustível e outros meios necessários.
“O valor não é suficiente, mas numa primeira fase poderia nos permitir realizar alguns trabalhos a nível do Luvaka, apenas. O valor serviria para pagar, concretamente, o combustível, o transporte e outros meios necessários para os trabalhos que nos propomos realizar, por isso é que o dinheiro é físico e não passou via banco. Também, a solicitação foi verbal junto dessas entidades que não vou citar”, concluiu o director do Gabinete de Infra-Estruturas e Serviços Técnicos do Zaire.