Início Sociedade Angola conquista reconhecimento internacional com avanços pioneiros em cirurgia robótica no Fórum Humanitário de Saúde

Angola conquista reconhecimento internacional com avanços pioneiros em cirurgia robótica no Fórum Humanitário de Saúde

por Editor

Angola destacou-se com notoriedade no Fórum Humanitário de Saúde, que ocorre de 16 a 20 de Julho de 2025, em Estrasburgo, França, ao apresentar avanços estruturantes na cirurgia robótica e na digitalização da saúde pública, consolidando-se como referência emergente no continente africano.

A delegação angolana, liderada por Sua Excelência a Ministra da Saúde, reafirmou o compromisso do Executivo, sob a liderança do Presidente João Lourenço, com a modernização tecnológica do Sistema Nacional de Saúde, promovendo maior eficiência, equidade e qualidade assistencial.

“A cirurgia robótica não é o futuro. É o presente! Angola está preparada para levar esta revolução aos quatro cantos do país”, declarou a Ministra da Saúde durante o seu discurso no certame internacional.

No painel “Gestão Hospitalar na Era da Robótica”, Angola partilhou a sua experiência concreta de implementação da cirurgia robótica, com 28 procedimentos realizados com êxito desde o início do programa.
Esta conquista resulta de uma política pública visionária que aposta em tecnologia de precisão para reforçar a qualidade do atendimento hospitalar.
“Estamos a reduzir complicações, tempo de internamento e custos operacionais e as linhas finas de espera a que pacientes com problemas cirúrgicos complexos estavam sujeitos. Mas, acima de tudo, estamos a devolver qualidade de vida aos nossos cidadãos”, afirmou o Dr. Benedito Quinta, Director Nacional dos Hospitais.

À margem do Fórum, a delegação, chefiada Prof. Doutor Job Monteiro realizou uma visita técnica ao Hospital Universitário IRCAD de Strasbourg , referência mundial em cirurgia minimamente invasiva, com o objectivo de reforçar a cooperação institucional no âmbito do Projecto de Formação de Recursos Humanos em Saúde (PFRHS), financiado pelo Banco Mundial.
“Esta parceria com o IRCAD é transformadora. A formação de equipas cirúrgicas completas , cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e técnicos , é essencial para garantir a autonomia e continuidade da cirurgia robótica em Angola”, destacou o Dr. Job Monteiro, Coordenador e Gestor Técnico do projecto.
A missão integrou ainda o Dr. Djamel Kitumba (neurocirurgião e especialista em formação).

A cirurgia robótica representa uma revolução na medicina moderna. Com intervenções de alta precisão, proporciona menor perda sanguínea, menos dor pós-operatória, redução do tempo de internamento e recuperação mais rápida, o que permite ao paciente retornar à sua vida activa e laboral em menos tempo.
Com aplicações já registadas nas áreas de urologia, ginecologia, ortopedia, cirurgia cardíaca e neurocirurgia, a cirurgia robótica em Angola começa a diminuir as longas listas de espera e a reduzir a necessidade de evacuação médica para o exterior, contribuindo para a sustentabilidade do sistema de saúde e a redução da saída de famílias do país, muitas vezes apenas para buscar melhores cuidados médicos.


“A cirurgia robótica responde directamente aos nossos desafios estruturais. À medida que nos tornamos mais autônomos, melhoramos os cuidados especializados o que permitirá levar medicina de excelência às regiões mais remotas do país”, reforçou o Dr. Djamel Kitumba.

A estratégia nacional aposta num modelo de formação híbrida (sanduíche), com 20% do treino no exterior, em centros internacionais de simulação como a IRCAD, e 80% realizado em Angola, com supervisão directa de especialistas em ambiente real de bloco operatório. Esta abordagem visa garantir a autonomia técnica das equipas angolanas no prazo de 6 a 12 meses.


A telecirurgia surge como solução para expandir o acesso às regiões mais afastadas, permitindo que equipas em hospitais centrais orientem remotamente procedimentos em zonas com limitada cobertura de especialistas, promovendo maior equidade e universalidade nos cuidados especializados.

Angola foi elogiada por especialistas internacionais presentes no evento, incluindo representantes dos EUA, México e Panamá. O cirurgião norte-americano, referiu:


“Nos países desenvolvidos, realizam-se mais de 400 cirurgias robóticas por ano. Angola tem tudo para alcançar esse patamar em pouco tempo, com base nos avanços já alcançados.”


Entre os marcos mais notáveis, foi celebrada a realização de uma cirurgia robótica assistida remotamente a mais de 17.000 km de distância, um símbolo do potencial do país em telemedicina e saúde digital.

A delegação angolana conta com profissionais e quadros do sector da saúde de várias pontos do país : Luanda, Cabinda, Kifangondo, Icolo e Bengo, entre outras, representando uma diversidade de especialidades: neurologistas, urologistas, clínicos, anestesistas, enfermeiros e técnicos de saúde.


O ambiente esta a ser marcado por compromisso institucional, troca de experiências e visão de futuro, num esforço conjunto para consolidar um sistema de saúde mais moderno, acessível e resiliente.


“Com mais equipamentos, formação contínua e parcerias estratégicas, Angola avança com segurança para uma nova era da medicina, concluiu o Prof. Dr. Job Monteiro.

Participaram do evento , a Prof. Dra. Manuela Mendes (Directora do Hospital Azancot de Menezes) e o Dr. Apolíneo Paxe (Médico Urologista do Hospital. Cardeal Dom Alexandre do Nascimento), entre outros quadros médicos e enfermeiros .

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